A Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) condenou e tornou sem efeito o apoio do diretório paulista da legenda ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa o 2º turno da eleição estadual contra José Genoino (PT). Na corrida presidencial, o PSB fechou aliança com o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre com o tucano José Serra.

O apoio do PSB paulista a Alckmin foi fechado nesta segunda-feira, em uma reunião da executiva estadual. Foram 19 votos favoráveis ao tucano contra sete para Genoino.

Depois de feita a escolha pró-PSDB, o presidente estadual do PSB, Márcio França, afirmou que a aliança era "estratégica" e assegurou que a união não feria as regras impostas pela Executiva Nacional. Segundo ele, os diretórios estaduais estão liberados para tecer alianças nas disputas locais.

Mas não é o que diz a nota emitida pelo PSB em Brasília, assinada pelo presidente Miguel Arraes. "A direção do PSB em São Paulo não estava autorizada, e continua não estando, nos termos da resolução do 8º Congresso Nacional do PSB, a adotar tal decisão, uma vez que o órgão máximo do partido, o seu Congresso, atribuiu à Comissão Executiva Nacional a decisão sobre essa questão em todos os Estados", afirma o documento.

A nota oficial destaca que "qualquer decisão relativa ao segundo turno estaria subordinada, para ter eficácia, à prévia homologação da Comissão Executiva Nacional".

"Por esta razão, a direção nacional do Partido Socialista Brasileiro declara sem efeito a decisão da direção do PSB paulista de apoio ao candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo".

Para o PSB paulista, o apoio a Alckmin não fere qualquer compromisso político e ideológico da legenda. O diretório alega que Alckmin segue a linha do falecido governador Mário Covas, que fazia frente à conduta de Fernando Henrique Cardoso.

O diretório paulista ainda alega que a maioria dos 13 prefeitos do PSB no Estado está alinhada a Alckmin, além de vice-prefeitos que trabalham em cidades governadas pelo PSDB.

A decisão do PSB de São Paulo é conflitante com a posição da deputada reeleita Luiza Erundina. A ex-prefeita e ex-afiliada ao PT declarou voto a Genoino ainda no 1º turno, apesar de o PSB ter lançado Carlos Roberto Pittoli na disputa.