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Empresários demonstram apoio à candidatura de Erundina
Do Diário do Grande ABC
06/04/2000 | 10:52
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Sem um candidato que os represente de fato e que tenha chances reais de vencer a disputa pela Prefeitura de Sao Paulo, empresários da Federaçao das Indústrias do Estado de Sao Paulo (Fiesp) estao dispostos a apoiar Luiza Erundina (PSB). Em 1988, quando o PT chegou ao poder da maior cidade brasileira, Erundina era vista como uma ameaça. Agora, ela é uma opçao mais confiável, enquanto o radicalismo continua associado ao PT e a sua candidata dessa eleiçao, Marta Suplicy.

"Quando ela foi eleita pela primeira vez dava medo", revela um dos diretores da Fiesp, sobre o histórico político de Erundina. Ao deixar o PT, esse empresário acha que ela "diminuiu o radicalismo", o que permitiu aproximaçoes com outros partidos. É o caso do PPS que desistiu de ter um candidato próprio, o deputado federal Emerson Kapaz, uma espécie de porta-voz dos interesses dos empresários no Congresso. Ele tem tudo para ser o vice de Erundina.

Apoio - Um malufista de longa data, que votou em Celso Pitta na última eleiçao, está disposto a trabalhar pela vitória de Erundina, "ajudando no que puder". Sua justificativa para uma mudança tao radical vem embebida de uma certa dose de culpa: "Eu votei no Pitta. O que eu fiz? Me sinto co-responsável pela situaçao intolerável de Sao Paulo."

Até mesmo um porta-voz dos grandes empreiteiros de Sao Paulo, que apóia a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), já admite que, se a eleiçao ficar polarizada entre Erundina e Marta Suplicy (PT), ele nao terá dúvidas. Da petista, ele tem "desconfiança". "A Erundina nao tem marca irremovível", analisou, torcendo para que ela feche uma coligaçao com um partido mais ao centro. "Isso facilitaria."

Todos sao unânimes em citar, como características positivas de Erundina, a seriedade, a experiência no cargo e a honradez. Isso, segundo um empresário do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), faz com que até mesmo os mais conservadores a vejam como uma opçao séria, principalmente depois da avalanche de denúncias contra a administraçao do prefeito Celso Pitta.

O PSB diz que o apoio do empresariado é bem-vindo. Segundo o presidente do diretório paulistano, Pedro Dallari, um dos principais articuladores políticos de Erundina, a decisao dos empresários passa pela lógica do dinheiro. A ineficiência administrativa da prefeitura, de acordo com ele, nao se encaixa no ambiente cada vez mais competitivo da economia globalizada. "Pagar caixinha" para fiscal é algo que nao cabe na racionalidade do capital, segundo Dallari.

A viabilidade eleitoral de Erundina justificaria, de acordo com Dallari, o apoio dos empresários. Ele admite que, se Alckmin conseguir crescer nas pesquisas e chegar no patamar dos 15%, os votos da Fiesp debandariam a favor do tucano. "Eles ficariam muito mais confortáveis", disse.




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