Para Virgílio, a decisão foi "cruel" e vai deixar marcas na administração de Luiz Inácio Lula da Silva. "Esta é uma atitude que marcará os quatro anos do atual governo", disse. Já ACM sugeriu que Lula, ao retornar de sua viagem à África, dê uma satisfação à sociedade sobre o assunto.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) foi mais brando e não reivindicou a demissão de Berzoini. No entanto, ele aproveitou a oportunidade para atacar a reforma da Previdência. Santa não entendeu a decisão do INSS de retomar os pagamentos sem a nova exigência a partir de segunda-feira. "Recuar em uma medida administrativa é fácil, mas o que acontecerá com essas leis, se entrarem em vigor?"
Requerimento - A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) anunciou nesta sexta que vai apresentar um requerimento junto à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) convidando o ministro Ricardo Berzoini a explicar as razões que o levaram a tomar essa decisão.
"O ministro da Previdência e Assistência Social deu um mau exemplo e rasgou o Estatuto do Idoso em plena praça pública. Ele tinha a obrigação de resguardar um instrumento legal que visa proteger os nossos idosos", declarou a senadora.
Câmara - Adotando o mesmo discurso de Arthur Virgílio e Antonio Carlos Magalhães, o líder tucano na Câmara, deputado Jutahy Magalhães Júnior (BA), também solicitou a saída do ministro da Previdência. Durante seu discurso no plenário, o deputado chamou Berzoini de "insensível, sem noção, despreparado e arrogante".
"Ele não tem noção. Eu tenho uma avó de 92 anos. Ele não tem a menor sensibilidade para ser ministro. Exigir que alguém acima de 90 anos vá a uma agência do INSS para se recadastrar é um despreparo, uma falta de consciência. Em nome da liderança do PSDB venho cobrar a demissão de Berzoini. O ministro está mal dirigido, não tem condições políticas, sociais e morais para continuar na Previdência", declarou Jutahy.
Ao final de sua exposição, ele relacionou a atitude do ministro ao Estatuto do Idoso, promulgado pelo governo Lula. "Presenciamos no Brasil o desrespeito ao Estatuto do Idoso. Aprovaram o Estatuto e fizeram isso?", questionou o tucano.
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