Economia Titulo
Desemprego sobe para 7,84% em todo país
Do Diário do Grande ABC
23/07/1999 | 16:55
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A taxa de desemprego aumentou para 7,84% em junho, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de ter baixado para 7,7% no mês anterior. O índice ficou ligeiramente abaixo do de junho do ano passado, de 7,9%. Com o resultado, a taxa média de desemprego no primeiro semestre ficou em 7,82% - a maior já registrada desde que o instituto começou a pesquisar os níveis de emprego no país em 1983.

Paradoxalmente, o índice de junho foi resultado da percepçao de que foram feitas novas contrataçoes - o que incentivou pessoas que haviam desistido de procurar ocupaçao buscar novamente emprego. "O mercado deu sinais de reativaçao, e as pessoas começaram a pressionar por trabalho", explicou a consultora econômica do Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE, Shyrlene Ramos de Souza.

O número de pessoas que estava fora do mercado de trabalho mas voltaram a procurar emprego aumentou em 4,3% em junho. Com este movimento, a Populaçao Economicamente Ativa (PEA) cresceu 1,2%. A PEA, que reúne tanto trabalhadores empregados quanto os que procuram vagas, é a base para o cálculo da taxa de desemprego. O número de pessoas que estavam foram da PEA reduziu-se 1,3%, na comparaçao com maio.

Melhora - Na análise de Shyrlene, embora o desemprego tenha crescido, a pesquisa apresentou "resultados favoráveis". O nível de trabalhadores ocupados subiu 1%. A quantidade de trabalhadores com carteira de trabalho assinada ficou constante, acrescentou.

"A informalidade continua alta, mas pelo menos também está constante", disse. "Estamos esperando que a situaçao melhore um pouco mais no segundo semestre."

Segundo e economista, a nao ser que haja uma grande alteraçao no quadro econômico, os níveis de emprego devem aumentar, por causa da reduçao da taxa de juros e do aquecimento da atividade produtiva, que tradicionalmente é maior na metade final do ano. A técnica lembrou que, embora a média deste semestre tenha sido a maior da série histórica, ficou apenas 0 01 ponto porcentual acima da registrada nos primeiros seis meses de 1998.

O ritmo das demissoes na indústria de transformaçao também diminuiu em junho, de acordo com o IBGE, em relaçao ao mesmo mês de 1998. Por esta comparaçao, em maio, a queda do nível de emprego no setor foi de 5,4%, mas no mês passado, ficou em 2%.

No comércio, houve crescimento do nível de emprego de quase 1%. "Nao acredito que a taxa de desemprego vá aumentar mais", previu a economista. "Temos setores de uso intensivo de mao-de-obra que estao se recuperando e os governos procuram qualificar os trabalhadores", explicou.

Sao Paulo - Na regiao metropolitana de Sao Paulo, a taxa de desemprego foi de 8,94%, menor apenas do que as de Salvador (10,02%) e Recife (8,19%), das seis áreas pesquisadas.

A economista explicou que, mesmo que as 78 mil contrataçoes em junho em Sao Paulo tenham representado a maior marca, em termos absolutos, o "momento difícil" da indústria automobilística do estado atrapalha a recuperaçao do mercado de emprego.

Renda - A pesquisa do IBGE mostrou também que o rendimento dos trabalhadores caiu 4,3% nos primeiros cinco meses do ano - apesar de ter ficado estável de abril para maio. No indicador acumulado do ano, as quedas mais acumuladas foram apuradas em Recife (5,8%) e Sao Paulo (5,6%).

O Rio de Janeiro, com um grande contingente de idosos, funcionários públicos e trabalhadores da economia informal, que sofreram menos perdas de rendimento, teve a menor queda, de 3 8%.

A comparaçao entre os primeiros seis meses do ano e o mesmo período de 1998 também apontou que o tempo médio de procura por emprego também aumentou, passando de 21 para 22 semanas. O porcentual de desempregados em busca de trabalho há 12 meses ou mais também elevou-se, de 13,16% para 14,97%, entre os dois semestres.




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