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EUA podem abandonar seu texto de resolução sobre o Iraque
Da AFP
08/10/2003 | 20:38
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Os Estados Unidos estão prestes a abandonar seu projeto de resolução sobre o Iraque, que deveria ser submetido ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, após numerosas críticas, entre elas a do secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan.

“Mesmo se continuarmos a estudar todas as opções, o sentimento geral aqui (em Washington) é de que a resolução está morta", indicou nesta quarta-feira um dirigente americano que preferiu não divulgar o nome. O porta-voz do departamento de Estado, Richard Boucher, declarou que eles estão avaliando a melhor maneira de proceder, sem excluir a possibilidade de retirar o projeto.

O New York Times estimou, nesta quarta-feira, citando dirigentes americanos, que o governo do presidente George W. Bush desistiu da idéia de obter uma votação rápida da sua proposta.

Uma primeira alusão ao fato de que os Estados Unidos poderiam desistir de apresentar o texto à votação, objeto de rumores insistentes nas Nações Unidas desde a semana passada, foi feita nesta terça-feira pelo embaixador americano na ONU, John Negroponte. Os Estados Unidos, havia dito o diplomata, ouvido durante a segunda etapa de consultas a portas fechadas sobre o texto, que eles têm, no momento, a intenção de adiar a resolução.

O projeto americano visa a estimular outros países a fornecerem tropas e uma ajuda econômica ao Iraque, que ficaria sob a autoridade da coalizão americano-britânica, prevê a criação de uma força multinacional sob mandato da ONU e comando americano, e não determina uma data para a transferência da soberania aos iraquianos, contrariando os desejos da França, da Alemanha e da Rússia.

A mais veemente crítica ao projeto veio de Kofi Annan, para quem, sem uma modificação profunda do texto, não seria útil ampliar o papel da ONU no Iraque. Annan acredita que, com o papel limitado atribuído às Nações Unidas pela coalizão americano-britânica, não vale a pena arriscar a vida dos funcionários da ONU.

Segundo analistas, os Estados Unidos devem ter dificuldades para recolher a adesão à seu projeto da maioria necessária de nove votos entre os 15 membros do Conselho.




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