Nacional Titulo
PM impede catadores de entrar em lixao em Ribeirao Preto
Do Diário do Grande ABC
01/06/2000 | 18:57
Compartilhar notícia


O Ministério Público proibiu as 72 famílias (inclusive crianças) que recolhiam papelao, plástico, cobre e latas de entrar no aterro sanitário de Ribeirao Preto. O promotor de Justiça do Meio Ambiente Marcelo Pedroso Goulart busca alternativas para três problemas: ambiental, de saúde pública e social. "O serviço do aterro ficou prejudicado, as pessoas correm sérios riscos de contaminaçao e nao têm emprego", explica Goulart, que negociou medidas emergenciais com a LimpLeao e a prefeitura.

Nesta quinta-feira cerca de 25 pessoas voltaram ao local e foram impedidas de entrar no lixao por 30 PMs."Estamos garantindo a integridade das pessoas que estao reconstruindo a cerca, adotando providências para que eles saiam daqui naturalmente", disse a capita da PM Marli Rossi Silva dos Reis. Alguns catadores dormem em barracas ao lado do aterro, outros chegam de bicicleta de Sertaozinho, parte é de Pradópolis e de Franca. A maioria arrisca-se perto dos caminhoes e das máquinas que trabalham com o lixo.

"Cadastramos 72 famílias da cidade que vivem do serviço do lixo.", contou o promotor. O objetivo é evitar o crescimento do problema, pois pessoas da regiao estao chegando em Ribeirao Preto após a divulgaçao de que elas seriam incluídas em programas sociais da prefeitura. O Cidade Limpa, um programa de limpeza que paga um salário mínimo por quatro horas de diárias de serviç, por tempo determinado, mas prorrogáveis, abriu 40 vagas para os que viviam do lixo: 23 compareceram para trabalhar nesta quinta-feira (01).

"Isso é provisório", reconhece Goulart, procurando outras soluçoes. Ele já foi procurado por uma empresa interessada em montar uma coleta seletiva de lixo reciclável. Enquanto isso, a LimpLeao contratou 12 vigilantes para impedir a invasao do aterro. "Nao vamos entrar em confronto, mas dar segurança aos nossos funcionários", diz o diretor da empresa, Silvio Luís Caparelli.

"Falaram que davam serviço, mas nao vi nada", disse Sebastiao Roque Filho, 21 anos, de Sertaozinho. "Ganho uns R$ 900,00 por mês aqui", exagera José Osvaldo Mendes Gomes, 33 anos, de Ribeirao Preto, que sustenta sete pessoas. O grupo nao retornou ao local à tarde.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;