Entre os produtos e serviços que contribuíram para puxar para cima a inflação na região estão os alimentos e as tarifas públicas. Segundo o coordenador da pesquisa, Lúcio Flávio Dantas, alguns serviços chegaram a subir mais do que o índice apurado no período, como é o caso do IPTU, com aumento de 27,71%; da telefonia fixa (14,28%); dos medicamentos e produtos farmacêuticos (10,83%); da energia elétrica (10,25%) e do abastecimento de água, com elevação de até 57,87% no ano.
Em contrapartida, alguns produtos registraram queda de preço em 2003 e contribuíram para puxar para baixo o índice de inflação no Grande ABC. São eles o álcool combustível, com redução de 15,37% no período, além da gasolina (0,62%) e do gás de cozinha (1,82%). Apesar das variações terem sido pequenas, o coordenador do IPC-Imes explicou que elas foram importantes porque esses itens, “historicamente, influenciam o custo de vida das famílias da região.”
Outro fato curioso de 2003 é que a taxa de inflação média apurada no primeiro semestre (0,85%) é superior à da registrada no segundo semestre (0,29%). Enquanto nos primeiros seis meses do ano os preços subiram por conta da instabilidade política do país, nos últimos seis eles reduziram o ritmo de aumentos. No acumulado do período, o IPC ficou em 5,24% no primeiro semestre, contra uma variação de 1,68% no segundo.
Dados da pesquisa do Imes mostram esta diferença por grupos. Nos primeiros seis meses do ano, os segmentos de despesas pessoais e vestuário, por exemplo, apresentaram pressão positiva de 6,14% e 6,31%, respectivamente, na taxa de inflação na região. Nos últimos seis meses, as variações recuaram para 1,68% e 3,05%, respectivamente.
Neste mês, a expectativa é que a inflação volte a subir, principalmente em decorrência do aumento dos preços dos alimentos in natura, das mensalidades e do material escolar, e do IPTU.
Em dezembro, o Imes apurou inflação de 0,50% no Grande ABC. Os segmentos que forçaram o IPC para cima, segundo Dantas, foram alimentos, despesas pessoais, habitação e educação. Os alimentos in natura subiram 3,56%, com destaque para os legumes (11%) e para as frutas, verduras e os peixes frescos – que ficaram, em média, 3% mais caros no mês passado. Os alimentos industrializados, no entanto, pressionaram o índice para baixo. As principais retrações ficaram por conta do açúcar (7,57%), pão francês (1,06%), queijo mussarela (4,98%) e das bolachas doces e salgadas com queda, em média, de 1%.
No segmento de despesas pessoais, o item cigarro apresentou a maior alta (4,35%), contra a queda de 2,57% dos preços das revistas. No grupo habitação, o destaque ficou por conta dos artigos de cama e banho, com variação positiva de 2,84%, além do reajuste médio de 0,33% nos preços dos aluguéis. O aumento dos preços dos livro didático e do material escolar contribuíram para elevar a pressão de 0,37% do segmento educação na composição do índice.
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