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Empresários de Minas pedem reforma tributária
Do Diário do Grande ABC
24/05/2000 | 17:33
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Cerca de 1.600 empresários, segundo os organizadores, e 800, de acordo com a Polícia Militar, dos setores industrial, comercial e de serviços fizeram nesta quarta-feira, no centro de Belo Horizonte, uma passeata em protesto pela demora do governo na aprovaçao da reforma tributária. De terno e gravata, mas usando bonés e carregando faixas e cartazes com mensagens alusivas à urgência da reforma, os empresários - de Minas, Sao Paulo, Rio de Jneiro, Alagoas, Tocantins, Goiás e Paraíba - caminharam por um trecho de 300 metros entre o prédio do Minas Trade Center e a Praça Tiradentes, onde fizeram concentraçao, sempre acompanhados por um carro de som.

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), participou da passeata, que durou cerca de duas horas e foi organizada pela Federaçao das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O parlamentar recebeu um manifesto e endossou as reivindicaçoes dos empresários, que também cobraram maior agilidade na aprovaçao de reformas trabalhistas. "Só se fará a reforma tributária se houver uma pressao dos setores produtivos do país, e é exatamente isso que está acontecendo hoje em Minas", disse.

Temer afirmou que já obteve do presidente Fernndo Henrique Cardoso, do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, o compromisso de que o texto final da reforma, discutida desde 1995, será aprovado ainda este ano.

Segundo Temer, o Congresso tem feito sua parte em relaçao ao assunto, cujo desfecho estaria dependendo sobretudo do governo federal. "A comissao que analisa a matéria produziu um relatório, durante um ano, e ele já está nas minhas maos para ser levado a plenário, o que deve acontecer ainda este mês, antes do recesso parlamentar", disse. "Mas é preciso que o governo se mobilize e mobilize seus aliados para a aprovaçao de um texto definitivo, o que esperamos que ocorra até o final do ano", acrescentou o deputado. Acompanhado do presidente da Comissao de Finanças da Câmara, Germano Rigotto (PMDB-RS), Temer almoçou com o empresariado, após a passeata.

De acordo com o presidente da Fiemg, Stefan Salej, o setor produtivo quer "maior diálogo" entre governo, Congresso e empresários para apressar ao máximo a aprovaçao da reforma. "A hora é esta: precisamos de um envolvimento maior entre os setores técnicos do governo, os setores políticos, no parlamento, e a sociedade para acelerar as reformas", disse. Uma das principais reivindicaçoes do empresariado é a reduçao da carga tributária no país, que nos últimos quatro anos subiu de 27% para 31% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Eles também cobram a "desburocratizaçao" dos impostos e a ampliaçao do número da chamada base tributária. "Queremos que mais gente pague impostos, porque no Brasil, hoje, mais de 50% da economia ainda está na informalidade", disse. "Precisamos dar mais condiçoes para que essas empresas se desenvolvam na economia formal", acrescentou. No panfleto distribuído pelos empresários eles pedem ainda simplificaçao e transparência do sistema tributário; desoneraçao da produçao, das exportaçoes e dos salários; aumento do emprego e da renda e desenvolvimento econômico e justiça social.




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