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Aumenta o risco de abstenção na eleição presidencial do Irã
Da AFP
15/06/2005 | 12:49
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A abstenção na eleição presidencial que acontece no Irã em 17 de junho se anuncia forte e muitos estão preocupados com a possibilidade que supere os 50% de 2004, quando os iranianos elegeram seus deputados.

"Votar é tão importante quanto rezar", disse o aparelho do poder. "Votar é disparar uma bala no coração de Bush", afirmou o aiatolá Ahmad Khanati antes das eleições legislativas.

A ameaça de abstenção persiste porque, apesar dos apelos ao boicote serem menores do que nas eleições do ano passado, a desilusão política continua presente.

"Não vou votar", assegura Majid, um comerciante de 60 anos. "O que nós conseguimos votando em Khatami?", indaga.

Majid pertence ao amplo grupo de cidadãos para quem os oito anos de presidência de Mohammad Khatami, símbolo de uma grande esperança quando foi eleito em 1997, os fez perder a fé em uma verdadeira mudança do país através das urnas.

Khatami foi eleito com uma participação próxima dos 80% em 1997, que caiu para 66% em sua reeleição em 2001, diminuindo desde então em cada pleito.

Os dirigentes não culpam diretamente o atual presidente e sim os EUA, que querem impedir que o Irã realize seu programa nuclear e deseja que os fundamentos revolucionários da República Islâmica fracassem.

"Os inimigos usam todos os meios para desanimar os eleitores a participar das eleições de 17 de junho. Se pudessem, os opositores agiriam sobre os grupos políticos para que não realizassem eleições", declarou o Guia Supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

"Pela primeira vez em uma pesquisa, 23% das pessoas declararam que não querem votar. Antes era somente 5%", afirmou um funcionário do governo.

O regime mobiliza os meios de comunicação estatais para convencer os 48 milhões de eleitores a irem às urnas.

Ante a ameaça de um amplo boicote, o Guia Supremo interveio para que fossem aceitos dois candidatos reformistas, que se somam aos selecionados pelo organismo encarregado e que elegeu seis conservadores, um moderado e o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsanjani.

"Uma taxa de participação de 50% ou mais é aceitável, mas se for inferior aos 40%, isso se converterá em um problema", afirmou Mohammad Atrianfar,  assessor de Rafsanjani que dirige o jornal Shargh e que prevê uma participação de 50 a 55%.




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