Linha Atego vem com motor reformulado para ser mais limpo sem esquecer desempenho
Dois modelos fazem parte do time da Mercedes-Benz para brigar pelo mercado de semipesados: o Atron, de cabine semiavançada, chamado de ‘bicudo', é mais popular no Norte e Nordeste do País. Já o ‘cara-chata', Atego, é de construção mais avançada. Este último foi testado pela equipe do Diário em um passeio por São Bernardo.
Na boleia da versão 2426, já é possível observar alguns avanços do modelo 2012. Mais conforto é sentido desde os bancos, que receberam novos tecidos, até o volante, que está com melhor empunhadura. Para a Mercedes, a comodidade do motorista significa também maior produtividade no trabalho. Este conforto se reflete na lista de opcionais, que conta, por exemplo, com ar-condicionado e vidros elétricos. De série, o semipesado conta com freios Top Brake e banco pneumático para o motorista.
Do lado externo da cabina, também há mudanças, mesmo que sutis. A grade tem novo material, de plástico preto, e as maçanetas ficaram maiores e modernas. Detalhe para a versão urbana, que não recebe spoilers, aumentando o ângulo de ataque nas curvas.
Em matéria de desempenho, ponto positivo para o Atego 2426, que levou com facilidade o implemento carregado de 22 toneladas de areia, no sobe e desce dos 36 quilômetros rodados na Rodovia Anchieta.
A performance é observada nos números: 256 cv de potência, 5% maior do que a versão anterior. Mesmo assim, o consumo de combustível abaixou 8%. O torque do semipesado chega a 91,8 mkgf entre 1.200 e 1.600 rpm.
Todos estes avanços foram possíveis diante do desenvolvimento do novo motor com tecnologia Bluetech 5, que atende às novas normas para motores a diesel, que regulamenta pelo menos 80% de redução na emissão de gases poluentes.
Para contar com tudo isso o consumidor tem de desembolsar R$ 237.634,23 para a versão. O Atego conta ainda com outras cinco versões. A de entrada sai por R$ 193.654,10 para modelo 1719. O topo de linha, intitulado de 2429, custa R$ 237.855,23.
Motor requer diesel de qualidade
As montadoras tiveram que adequar seus motores a diesel para o Proconve P7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que entrou em vigor neste ano.
Visando a redução na emissão de poluentes, as fábricas têm a opção de trabalhar com dois sistemas: recirculação de gases, chamado de EGR, ou processo de pós-tratamento de gases, contando com adição da substância Arla 32, conhecido como SCR.
A Mercedes-Benz preferiu utilizar a segunda alternativa. Para o engenheiro de marketing de produto caminhões, Corrado Cipolla, a preferência se deu pela eficiência que o sistema mostrou na Europa. "Houve melhora na combustão, aumentou o intervalo de trocas de óleo do motor e é melhor opção para veículos de grande porte".
O engenheiro acredita, ainda, que a vantagem do sistema SCR sobre o EGR é o fato de o segundo ter a necessidade de um propulsor com muitos filtros para minimizar deterioramentos. Outro fator é ser suscetível à qualidade do combustível.
Falando em diesel, este também teve que se aperfeiçoar. O S1800 (valor referente ao teor de enxofre) mais comum nos postos de combustível, está sendo substituído pelo S50, que é o adequado para o Proconve P7 também por possuir maior taxa de cetano, que aumenta a capacidade de queima de combustível.
Vale lembrar que se o S1800 for usado em excesso, o veículo perde 40% de potência.
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