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Filippi diz que nao teme ser investigado
Adriana Cardoso
Da Redaçao
25/03/2000 | 19:19
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O deputado estadual e ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, alvo de uma açao na Justiça por supostas irregularidades na compra de livros e materiais didáticos para as bibliotecas da cidade durante sua gestao (1993 a 1996), afirmou que "quer ser investigado porque nao tem nada a temer". Uma liminar da Justiça bloqueou todos os bens de Filippi na última quarta-feira. A decisao atende a açao civil pública proposta pelo promotor curador da Cidadania, Silvio Antonio Marques. Filippi deve entrar com recurso contra a decisao nesta semana.

Em junho de 1995, o entao prefeito autorizou a empresa Imbi Comércio de Livros e Implantaçao de Bibliotecas Ltda., sediada em Agudos (noroeste do Estado), a arrecadar dinheiro com empresários da cidade para a compra de materiais e livros didáticos. O inquérito civil, instaurado pela Promotoria, apontou que dos R$ 142 mil arrecadados, apenas R$ 54 mil foram utilizados na compra dos materiais.

Filippi, que concorre à Prefeitura neste ano pelo PT, nao soube dizer onde foram parar os R$ 85 mil restantes. Ele disse que relatório preparado pela chefe do serviço de Biblioteca da Prefeitura, Juscilene Araújo Monteiro, estimava que a compra ficaria em R$ 110 mil. "O restante do total arrecadado, o que dá cerca de 20%, foi utilizado para as viagens e hospedagens do pessoal da Imbi nos seis meses em que durou o trabalho."

De acordo com o deputado, um inquérito policial está tramitando em Diadema. Ele disse que a Prefeitura negociava com um dos proprietários da Imbi, identificado como Paulo Franco, que teria falsificado as assinaturas de cheques da administraçao. "Ele frustrou a boa-fé da nossa equipe." Mas Franco nao é citado na açao da Promotoria.

Na liminar, a juíza da 3ª Vara Cível de Diadema, Rosângela Maria Telles, bloquea nao só os bens de Filippi, mas também da Imbi e de um dos sócios da empresa (José Miguel Caires). O deputado afirmou nao conhecer Caires, que, segundo o documento da Promotoria, seria o responsável pela arrecadaçao dos recursos.

Segundo Filippi, as transaçoes com a Imbi eram feitas pelo ex-vice-prefeito Antonio de Lucca Filho, conhecido como Paraná.

Caso a sentença seja desfavorável ao deputado, ele terá de ressarcir os cofres públicos (R$ 85 mil). Filippi também corre o risco de perder seus direitos políticos e de ter seu mandato cassado, se for eleito prefeito nas eleiçoes deste ano.

Efeito - A decisao da Justiça nao causou surpresa ao deputado. "O Gilson (prefeito Gilson Menezes) teve seus bens bloqueados em processo semelhante. Provavelmente, a Justiça nao iria me poupar."

Gilson autorizou, em 1997, a Funambi Bauru Editora Ltda. a arrecadar dinheiro com empresas do município para a compra de livros e materiais didáticos para bibliotecas. Dos R$ 74 mil levantados, cerca de R$ 38 mil foram gastos com a compra. O restante foi desviado para outros fins.

O deputado disse que, entre os seus bens, está a casa onde mora em Diadema e três automóveis - um Gol 1996, uma perua Corsa 1998, de sua esposa, e outro Corsa 1998, usado por membros de seu gabinete na Assembléia Legislativa. Segundo Filippi, os dois últimos veículos sao financiados. O deputado disse também que tinha em 1999 uma poupança no valor de R$ 29 mil.




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