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A cada 10 óbitos por Covid, um foi aguardando por leito

Proporção se deu nos últimos 17 dias, com 666 mortes, das quais 69 pessoas estavam na fila de internação

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
26/03/2021 | 00:01
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Divulgação


Nos últimos 17 dias, desde 9 de março, as sete cidades do Grande ABC registraram 666 mortes em decorrência da Covid-19. Deste total, 69 pacientes estavam aguardando por um leito de internação, o que representa 10% do total. A oferta de vagas no Estado de São Paulo é controlada pela Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), sistema gerido pelo governo estadual.

O aumento nos casos da doença e o grande número de jovens que estão apresentando quadros graves da infecção pelo novo coronavírus têm contribuído e muito para manter os hospitais públicos da região lotados.

Gestor do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Enrico Andrade explicou que pacientes mais jovens ocupam, em média, sete dias os leitos de internação, principalmente os de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), enquanto para os pacientes mais idosos a média é de cerca de três dias até o óbito ou a transferência para vaga de estabilização.

Entre as 69 mortes ocorridas entre pessoas que aguardam por leitos na região, 27 delas foram registradas em Ribeirão Pires, que há duas semanas viu seu sistema de saúde entrar em colapso com lotação das 41 vagas do hospital de campanha e das 18 da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Em São Bernardo já foram 22 óbitos ocorridos nessas circunstâncias. Diadema já teve nove perdas entre pacientes que precisavam de hospitalização; Mauá teve seis, Rio Grande da Serra, três; e São Caetano, dois.

Até ontem, 208 pessoas estavam aguardando na fila da Cross, sendo 108 para enfermaria e 100 para UTIs. São Bernardo tem o maior número de pacientes esperando pela hospitalização. São 90 pacientes, dos quais 51 precisam de um leito de enfermaria e 39 de UTI. A cidade tem 100% de ocupação nos leitos de enfermaria e 90% para os leitos de emergência.

Em Diadema, 49 pessoas estão aguardando pela internação, 24 na enfermaria e 25 na UTI. A cidade tem 99% de ocupação em enfermaria e 100% em UTI. Em São Caetano, 36 pacientes, todos moradores de São Paulo, aguardam por hospitalização, 18 para UTI e 18 para enfermaria. O município tem 96% de ocupação na enfermaria e 98% na UTI.

Mauá registra 17 pessoas na espera de internação, sendo dez em UTI e sete em enfermaria. O município tem 100% de ocupação em enfermarias e 89% em UTIs. Dezesseis pacientes estão em Ribeirão Pires esperando por leitos, oito para enfermaria e oito para UTI. A cidade tem 100% dos leitos de UTI ocupados e 83% de ocupação na enfermaria. 

Nos casos das cidades em que há fila de espera, mesmo que não haja 100% de ocupação nos leitos, as administrações alegam que é preciso haver condições de remanejar pacientes entre vagas de UTI e de enfermaria.




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