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Petrobras admite problemas com o consumo de álcool
10/04/2008 | 07:07
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O crescimento do mercado consumidor de álcool combustível no Brasil é um problema a mais para a Petrobras, admitiu nesta quarta-feira o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra. Foi a primeira vez que um executivo da estatal reconheceu a concorrência direta entre o combustível de cana-de-açúcar e a gasolina.

 “É claro que o aumento do consumo de álcool traz problemas para a Petrobrás. Hoje, somos auto-suficientes em gasolina e, com o decréscimo desse mercado, a Petrobras terá de exportar o excedente”, disse.

 Há duas semanas o diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, havia admitido que um dos empecilhos para repassar o aumento do preço internacional do barril do petróleo aos preços da gasolina era a concorrência com o álcool no mercado interno. O Brasil exporta hoje a gasolina por um preço menor do que poderia vender no País.

 Dutra criticou o que chamou de “distorções” do mercado de álcool, que puxam para baixo o preço do combustível. E apontou a sonegação e a taxação diferenciada como as principais causas dessas distorções.

 Com relação à taxação, ele lembrou que os impostos sobre os dois combustíveis são diferentes. “O álcool não paga a Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) como a gasolina e tem taxação diferenciada. E o governo não sinaliza que deverá mudar isso no curto prazo”, afirmou.

 No caso da sonegação, Dutra acredita que com a Medida Provisória 413/08 que, em um de seus artigos, prevê a concentração do pagamento de impostos sobre a comercialização do álcool no produtor, será possível reduzir o problema.

 O superintendente da ANP (Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo), Edson Silva, disse que o órgão regulador estuda a possibilidade de rever a portaria que estabelece os requisitos de atuação no mercado para distribuidoras de álcool.



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