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'Caixa 2' pode ser história para esconder 'mensalão'
Do Diário OnLine
23/07/2005 | 14:04
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A história do 'caixa 2' do Partido dos Trabalhadores pode ser mentira. Reportagem publicada pela revista Veja desta semana revela que a história de um financiamento paralelo de campanha ('caixa 2') feito pelo PT é um acordo entre a legenda e o publicitário Marcos Valério de Souza para encobrir a existência do chamado 'mensalão' – suposto esquema em que o PT pagava uma mesada de até R$ 30 mil a deputados do PL e do PP em troca de 'favores políticos' (votos) na Câmara.

De acordo com a matéria, pressionado por todos os lados, Valério ameaçou chantagear duramente os petistas. ele prometeu envolver o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas denúncias, algo que até o momento não aconteceu. Em uma conversa telefônica com o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, o publicitário disse que iria "ferrar" tudo. "Avisa ao barbudo que tenho bala contra ele", teria declarado Marcos Valério. Ele afirmou ao parlamentar petista que iria delatar toda a história à Procuradoria Geral da República para conseguir, em troca, um 'alívio' em uma provável condenação criminal.

Perdido no meio do 'tiroteio' de ameaças, João Paulo recorreu ao auxílio do deputado José Dirceu (PT-SP) e ao ex-secretário de Finanças do PT Delúbio Soares – apontado como 'gerente' do 'mensalão'. O ex-presidente da Câmara informou que Marcos Valério exigiu garantias de que não seria preso para não envolver no escândalo os nomes de Saraiva Felipe e Hélio Costa, novos ministros da Saúde e das Comunicações, respectivamente. Ambos são do PMDB de Minas Gerais, Estado em que o publicitário tem suas empresas – SMP&B e DNA.

Segundo a reportagem, acuado com a possibilidade do 'mensalão' ser confirmado, Delúbio acionou seu advogado, Arnaldo Malheiros. Ele então marcou com o advogado do publicitário mineiro, Marcelo Leonardo, um encontro em Belo Horizonte para ajustar o discurso do 'caixa 2'. Com isso, caso sejam condenados por crime eleitoral, eles (Delúbio e Valério) pegarão até três anos de cadeia. No entanto, como serão réus primários, poderão ter a pena reduzida a apenas prestação de serviço comunitário.




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