Nacional Titulo
Produtores de cana do Pará querem privatizar usina
Do Diário do Grande ABC
01/11/1999 | 16:31
Compartilhar notícia


Produtores de cana-de-açúcar da usina Abraham Lincoln, administrada há 15 anos pelo Instituto Nacional de Colonizaçao e Reforma Agrária (Incra) em Medicilândia, na regiao cortada pela rodovia Transamazônica, no sudoeste do Pará, estao exigindo do governo federal a privatizaçao do projeto. Eles estiveram no final da semana passada no gabinete do presidente do PMDB, senador Jáder Barbalho, pedindo que este intervenha junto ao governo federal para evitar a "falência definitiva da usina".

Barbalho criticou a situaçao do projeto, que no início dos anos 80 chegou a ser privatizado, mas acabou voltando às maos do governo em razao de diversas irregularidades. Hoje a questao se arrasta na Justiça Federal, onde a Conam, antiga proprietária, reivindica indenizaçao.

O senador paraense prometeu aos produtores de Medicilândia pressionar o governo a encontrar uma soluçao que evite o desemprego de milhares de famílias na regiao da Transamazônica, que dependem do plantio e moagem da cana para sobreviver.

A usina produz anualmente 90 mil toneladas de açúcar e 1 8 milhao de litros de álcool, vendidos principalmente nos Estados do Pará e Amazonas. A produçao do ano passado foi perdida devido à falta de recursos, bloqueados pelo governo depois que este descobriu várias irregularidades na administraçao do projeto. Os funcionários do Incra envolvidos foram afastados e estao respondendo a inquérito.

O governo despeja todo ano cerca de R$ 8 milhoes para sustentar um projeto que nao lhe dá um centavo de lucro. Os produtores de cana com os quais o Incra mantém contrato alegam estar sofrendo prejuízos e querem ser indenizados. "É um projeto que vem capengando há muitos anos e que nunca recebeu um tratamento correto por parte do governo, que só produz soluçoes paliativas", reclama o produtor e ex-prefeito de Medicilândia, Joao Batista Barbieri.

Ele reclama da burocracia do governo e cobra a liberaçao de R$ 1,070 milhao, retido no Ministério da Fazenda, que serviria para garantir parte da colheita e moagem da cana ainda este ano. "Os recursos que liberamos foram destinados à safra efetivamente moída", justificou o representante do Ministério da Fazenda, Luiz Milton.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;