O chefe da diplomacia americana para a América Latina, Tom Shannon, apresentou proposta a Cuba nesta quarta-feira: levantar o embargo econômico imposto por Washington à Ilha há 44 anos, se o país abrir um processo de transição democrática, depois da delegação provisória do poder por Fidel Castro a seu irmão Raúl.

"Em 2002, o presidente George W. Bush fez uma oferta aos cubanos", lembrou o diplomata americano, em entrevista à imprensa dedicada à situação em Cuba.

Bush "disse na época que se os cubanos estivessem prontos para criar um mecanismo e abrir caminho para as eleições, então, em consulta ao Congresso, trataríamos de encontrar os meios de levantar o embargo" econômico, acrescentou Shannon.

"A oferta foi rejeitada pelo regime. Mas continua sobre a mesa", afirmou.

As primeiras sanções econômicas americanas contra Cuba datam de 1961, após o fracasso da invasão da Ilha para tentar derrubar o regime de Fidel Castro - o episódio conhecido como o da "baía dos Porcos".

O embargo comercial foi imposto em 3 de fevereiro de 1962 pelo presidente John F. Kennedy, com as sanções reforçadas em seguida várias vezes, notadamente pela lei Helms-Burton de 1996; em 2004 o reforço veio do presidente George W. Bush, visando o turismo, as viagens e os investimentos na Ilha, as trocas financeiras e os envios de recursos às famílias, no objetivo declarado de "ajudar a transição" para a democracia do último bastião comunista do continente americano.

O embargo americano a Cuba vem sendo condenado há 14 anos por maioria na Assembléia Geral das Nações Unidas.