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Foz do Iguaçu concentra corrupção da polícia
Foz do Iguaçu
Da AE
13/12/2003 | 20:07
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A criação do pólo comercial de Ciudad del Este, no Paraguai, após a construção da Ponte da Amizade, transformou Foz de Iguaçu no “paraíso” dos agentes públicos corruptos, segundo a PF (Polícia Federal). As vagas em postos de policiamento de fronteira e de rodovias passaram a ser bastante disputadas.

A maioria dos 40 policiais rodoviários federais que tiveram a prisão preventiva decretada durante a operação Trânsito Livre atuava na área havia mais de dez anos. Existem casos de policiais que recusaram propostas de transferência para outras regiões, mesmo com a perspectiva de vantagens salariais e profissionais.

Houve ainda um agente que teria negociado sua transferência de São Paulo para a cidade paranaense, mesmo com perda de padrão. “Quando o policial entra em um esquema criminoso, mas que rende de 5 a 10 vezes mais que o seu salário, fica difícil sair”, afirma o assessor de Comunicação Social da PF em Foz, Marcos Koren. Segundo ele, os valores arrecadados propiciavam um rendimento extra de R$ 20 mil a R$ 30 mil por pessoa envolvida no esquema.

De acordo com o delegado federal Algacir Mikalovski, que preside a operação Trânsito Livre, o contrabando de produtos paraguaios está na origem dos problemas que ocorrem no lado brasileiro. Segundo ele, já se sabia que a quantidade de produtos que chegavam aos locais de venda era muito maior do que a compra declarada. “Os volumes financeiros envolvidos são imensos.”

As transações ocorrem em moedas de vários países, com destaque para dólares, reais, guaranis e pesos argentinos. O fluxo de turistas, contribui para formar na cidade grupos de pessoas interessadas em explorar serviços informais e não autorizados, provocando outros focos de corrupção. O combate a esses crimes, de acordo com Mikalovski, exige equipes treinadas.




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