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Desemprego é o menor em 12 anos no Grande ABC
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
25/11/2010 | 07:30
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O desemprego no Grande ABC é o menor em 12 anos. Em outubro, a taxa de desempregados atingiu 9,3%, o mais baixo índice desde abril de 1998, quando a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) /Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos), começou a ser realizada na região. Para se ter ideia, em 2003 a mesma taxa estava na casa dos 20%. Mesmo assim, ainda existem 130 mil pessoas sem emprego, o que equivale a quase toda a população de São Caetano - com 148,3 mil habitantes.

O levantamento considera tanto o emprego com registro em carteira como o informal, já que a pesquisa é domiciliar. Atualmente, é entrevistada uma amostra de 600 residências no Grande ABC.

O número de desempregados na região vem diminuindo ao longo dos anos. Em outubro de 2003, por exemplo, eram 293 mil sem emprego - mais que o dobro do contingente atual. Isso se deve ao aumento da oferta de emprego, que hoje mantém trabalhando 1.269 milhão de pessoas, de 1.399 milhão da PEA (População Economicamente Ativa).

O número de ocupados cresceu 0,5% de setembro para outubro, passando de 1.262 milhão para 1.269 milhão. O de desempregados, entretanto, caiu 7,14%, de 140 mil para 130 mil. "É muita gente ainda. Mas, é válido ressaltar que nunca houve, na região, tão poucas pessoas desempregadas", afirma Marlene Cardia Laviola, professora de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano).

Segundo ela, a população da região demora mais para reduzir o desemprego por conta da predominância de duas atividades econômicas: indústria e serviços, muitas vezes relacionados à indústria. "Aqui, não temos uma agroindústria, por exemplo. Dependemos da exportação de manufaturados, e não de matérias-primas. Portanto, com o real valorizado, as importações crescem, as exportações, diminuem, e o emprego, também."

DEMOGRAFIA - Na avaliação do gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, boa parte da explicação para a taxa recorde de desemprego se deve ao crescimento demográfico do Grande ABC. A população tem crescido em ritmo mais lento, o que reflete em um menor número de pessoas chegando ao mercado de trabalho. "Se a população economicamente ativa não cresce no mesmo nível que a ocupação, naturalmente o desemprego cai", explica.

De setembro para outubro, a PEA do Grande ABC obteve redução de 3.000 pessoas, enquanto que o contingente de ocupados se elevou em 7.000 trabalhadores. O número de desempregados, por sua vez, foi diminuído em 10 mil.

Embora a PED não ramifique os dados por setores na economia regional, existem os dados da Região Metropolitana, da qual o Grande ABC faz parte.

O setor que mais empregou em outubro foi serviços, com 113 mil contratações. O comércio aparece na sequência, com 19 mil. A indústria, estável há seis meses, respondeu por 3.000 vagas. "Os serviços que mais empregaram foram os relacionados a transporte, educação, reformas, alojamentos e alimentação", aponta Loloian.

A taxa de desemprego na Região Metropolitana também foi recorde, com 10,9%, a menor desde 1985.




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