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Clima será tema de conferência da ONU na França
Do Diário do Grande ABC
01/09/2000 | 10:34
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A França recebe pela primeira vez, a partir de segunda-feira, em Lyon, e durante duas semanas, uma conferência da ONU sobre o clima, destinada a preparar as negociaçoes ministeriais, cruciais para a luta contra o aquecimento do planeta, previstas para novembro, em Haia.

O primeiro-ministro francês Lionel Jospin e sua ministra do Meio Ambiente, Dominique Voynet, participarao da conferência, em 11 de setembro. Também se espera a participaçao do presidente da conferência ministerial de Haia, o ministro holandês do Meio Ambiente, Jan Pronk.

Diante de representantes dos governos de 150 países, reunidos primeiro informalmente e depois informalmente, a partir de 11 de setembro, os dirigentes franceses vao advertir que a França, que atualmente exerce a presidência rotativa da UE, é até agora o único país industrializado que iniciou o processo de ratificaçao do protocolo de Kyoto.

Este acordo internacional (1997) impoe uma reduçao diferenciada por países das emissoes de seis gases considerados responsáveis pelo efeito-estufa, entre eles o CO2. O objetivo era uma reduçao de 5,2% em 2010, em relaçao a 1990. Mas os 38 países industrializados envolvidos na medida nao ratificaram o acordo, alegando esperar que se decida as regras para sua aplicaçao.

Estas regras sao negociadas há dois anos e meio e, segundo um calendário previamente decidido, as negociaçoes devem ser concluídas na conferência de Haia (13-24 de novembro).

As medidas em estudos sao: como limitar a utilizaçao de combustíveis que resultam na emissao de grandes quantidades de CO2, como o carvao e o petróleo; as regras para um futuro mercado mundial do monóxido de carbono, que permitirá aos Estados e às empresas comprar ou vender os direitos de emissao dos gases poluentes; a supervisao do cumprimento das metas estabelecidas pelo acordo; e a ajuda técnica e financeira aos países pobres para garantir seu desenvolvimento, evitando o aumento da poluiçao da atmosfera.

É principalmente neste último ponto que as negociaçoes de Lyon estarao concentradas. Os problemas políticos só poderao ser resolvidos em Haia, na conferência a ser realizada depois das eleiçoes norte-americanas de 7 de novembro.

As maiores desavenças estao concentradas nos papéis respectivos das medidas energéticas e do mercado do monóxido de carbono, para que sejam cumpridas as exigências do acordo. A UE quer estabelecer as cotas deste futuro ``mercado', mas os EUA querem que ele seja totalmente livre.

Os Estados Unidos, principal poluidor mundial, com um quarto das emissoes mundiais, já ultrapassou em 12% (CO2 apenas, 1999/90) sua cota, enquanto que a UE deve sua quase estabilizaçao das emissoes à reconversao da indústria do Leste da Alemanha e à recessao do início da década.




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