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Servidores param e
enquadram Câmara
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
15/04/2011 | 07:31
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Após um dia recheado de paralisações no setor da Educação e carreatas, servidores públicos lotaram o plenário da Câmara de Diadema e cobraram apoio efetivo do Legislativo. Meio sem jeito por conta da pressão, o líder do governo, Orlando Vitoriano (PT), telefonou para o prefeito Mário Reali (PT) e conseguiu reunião com a equipe que negocia as 15 reivindicações do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos) e "possibilidade não garantida" da presença do chefe do Executivo para segunda-feira.

Por volta das 15h30, os servidores adentraram ao plenário com faixas e bandeiras levando suas reivindicações. A presidente do Sindema, Jandyra Uehara Alves, utilizou a tribuna para pontuar os principais itens reivindicados. E destacou indignação por ter passado 45 dias da entrega da pauta e ter retorno de proposta de bônus de R$10 no vale-alimentação.

Após o pronunciamento, o vereador tucano Lauro Michels aproveitou para jogar os petistas na fogueira. "É importante que eles saiam daqui com uma reunião marcada com o prefeito e antes de terça-feira", disse. Orlando avisou que poderia solicitar, mas sem garantias. Com isso, os servidores começaram a deixar o plenário tecendo comentários de frustração. No entanto, o líder petista entrou na salinha VIP da Casa, telefonou para o prefeito e salvou a empreitada.

Apesar da ofensiva, o resultado é simbólico. No dia 24, todos os vereadores assinaram moção de apoio à campanha salarial da categoria, mas nada fizeram de efetivo. Hoje a categoria tem reunião marcada com a equipe de Reali e aguarda contraproposta. Independente do resultado, os servidores promovem assembleia geral na terça-feira - um dia depois do possível diálogo direto com o prefeito - para avaliar a postura. "Se rejeitarmos, podemos marcar a data da greve por tempo indeterminado."

Em meio ao tiroteio entre Sindema e Executivo, Michels foi o grande favorecido. "O jeito que o prefeito trata o servidor é uma vergonha. Para dar duas trouxinhas de aumento é melhor não dar nada. Contem com a bancada do PSDB", discursou Michels, ao ser ovacionado pelos servidores. Em seguida, o líder da bancada petista, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, declarou que o PT, mesmo sendo governo, dá total apoio aos servidores. O discurso não colou e o vereador ganhou vaias dos trabalhadores. A desaprovação só foi interrompida pela fala de Irene dos Santos (PT), vereadora ligada ao sindicato.

A categoria reivindica 11% de reajuste, sendo que 6,36% são referentes à inflação, aplicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, melhorias na refeição subsidiada pela administração e reformas do Estatuto do Magistério e Frente de Trabalho (grupo fiscalizador de deveres e direitos do servidor). "Desde 2005 recebemos a reposição da inflação. Não vamos aceitar essa perda e queremos ganho de 4%, porque é um ganho no patamar de outras categorias como bancários, químicos e metalúrgicos. Não dá para dizer que em Diadema existe trabalho descente sem melhorar a Frente de Trabalho", disse Jandyra.

Durante o dia, a categoria promoveu desde as 9h uma série de carreatas pelo município, com apoio de funcionários de 49 das 54 escolas municipais, para pressionar o prefeito. Os atos chegaram a paralisar a Avenida Antonio Piranga, em frente à Câmara, e o corredor de trólebus entre às 14h30 e às 15h20. A administração informou que a paralisação foi apenas parcial, que os funcionários que aderiram ao movimento vão ter os dias descontados.

 

PM deve reforçar fiscalização de trânsito

 

Depois de toda movimentação do funcionalismo público de Diadema, a Câmara aprovou em primeira discussão o projeto de lei que dá à PM (Polícia Militar) autonomia para fiscalizar e planejar ações do trânsito no município.

A propositura foi detalhada pelo secretário de transportes, Ricardo Perez, e o comandante geral da Polícia Militar, Álvaro Camilo, aos vereadores durante reunião ocorrida na manhã de ontem. Será convênio de cooperação entre Prefeitura e governo do Estado. "O comandante disse que Diadema está 15 anos atrasada nesse convênio em relações a outras cidades. Eles esclareceram também que toda a receita arrecadada com multas será transferida diretamente ao município e não ao Estado", contou o líder do governo, Orlando Vitoriano (PT).

Perez relatou, segundo vereadores, que a cidade tem apenas 17 homens para fiscalizar o trânsito na cidade e que essa atuação pouco ocorre em bairros periféricos. "O comandante não falou em números, mas disse que todo o efetivo da Polícia Militar vai reforçar a fiscalização na cidade. É um ganho", considerou José Francisco Dourado (PSDB).

A privatização do pátio de apreensão de veículos, feita por decreto no meio do ano passado pelo prefeito Mário Reali (PT), foi um dos incentivadores do convênio. O pátio está passando por reformulação e vai suprir a carência de falta de vagas que vinha ocorrendo. Por conta dessa defasagem, a Polícia Militar deixava de fiscalizar carros em blitze.

Em contrapartida, Orlando estuda um acordo político, que talvez seja feito por emenda parlamentar, para que a nova prerrogativa seja amplamente divulgada depois que for aprovada em segunda discussão e sancionada pelo prefeito. "De repente tem uma rua em que sempre param carros na calçada e ninguém multa, daí a Polícia Militar passa e guincha todos os carros. Precisamos avisar antes para evitar constrangimentos", considerou.




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