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Exportações da região caem em março
Leone Farias
Diário do Grande ABC
14/04/2011 | 07:08
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As exportações de empresas do Grande ABC tiveram leve retração em março na comparação com fevereiro. Foram US$ 590 milhões de receita com as vendas ao Exterior no mês passado, o que representou queda de 1,9%, de acordo com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Especialistas e representantes da indústria avaliam que ainda é cedo para falar em tendência, mas há a perspectiva de que a queda nas vendas ao Exterior se intensifique no cenário atual de real sobrevalorizado. O dólar chegou neste mês a R$ 1,58, menor patamar desde agosto de 2008.

No acumulado do ano (janeiro a março), o faturamento da região com encomendas a outros países - que somou US$ 1,6 bilhão - ainda é 29% maior frente a igual período de 2010.

O diretor do departamento de comércio exterior da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), José Rufino, salienta que a redução, no mês a mês, precisa ser relativizada, já que embarques podem ser antecipados. No entanto, salienta que, principalmente entre as pequenas e médias empresas, há grande dificuldade de exportar com a atual taxa cambial.

"Já temos o custo Brasil (entraves como a carga tributária, juros altos e deficiências de infraestrutura) e agora há a questão do câmbio", afirma.

Rufino, que tem empresa do ramo de equipamentos para perfuração de rocha, cita que sua companhia já chegou a exportar 35% de sua produção. "Hoje (a venda ao Exterior) gira em 10% a 12%", cita.

 

MULTIS

O dirigente do Ciesp avalia ainda que para as multinacionais há mais facilidade de fechar negócios no Exterior. "As empresas que têm matriz lá fora fazem intercâmbio com as filiais (as chamadas vendas intercompany) e compensam o prejuízo na hora de fazer o balanço", diz.

O professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Radamés Baroni, concorda com essa avaliação. "Embora o câmbio atrapalhe, quando é intercompany não afeta muito, porque a companhia se compensa", afirma. Ele cita ainda que, passada a crise de crédito global, já houve recuperação em mercados importantes para a região, como é o caso da Argentina, do México e Estados Unidos.

 

CHINA

A regional do Ciesp de São Bernardo está acertando detalhes para missão empresarial para a China, que deve ocorrer na segunda quinzena de maio. A ideia é buscar parcerias comerciais. "Vamos lá antes que eles (os chineses) atropelem a gente", afirma o diretor de comércio exterior da regional, José Rufino. Ele se refere à invasão de produtos chineses, que já têm dominado o mercado em diversos segmentos no Brasil.

Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que o mercado chinês é o principal destino das exportações brasileiras, mas grande parte do obtido com as encomendas (82%) deve-se a commodities (como soja e minério de ferro). Por sua vez, o país asiático é o segundo no ranking de importações do Brasil. Fica atrás só dos Estados Unidos. Nesse caso, os itens de alta tecnologia vem ganhando forte espaço.

No Grande ABC, fortemente industrializado, a balança pende para os asiáticos. No primeiro trimestre, foram US$ 23 bilhões em exportações para aquele país e US$ 133 bilhões em importações de lá.

 

 

 




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