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Empresários da região ‘enxugam’ Sincofarma
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
12/03/2005 | 18:37
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Os empresários do setor farmacêutico do Grande ABC racharam. A criação de dois sindicatos patronais na região vai enxugar a área de atuação do Sincofarma-ABC (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Santo André e Região), que tem base em todas as cidades. A entidade é acusada de irregularidades e de não defender os interesses da categoria.

Sexta-feira foi oficializada a criação do Sindicato dos Proprietários de Farmácias de São Bernardo, Diadema e São Caetano, e do Sindicato dos Proprietários de Farmácias de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Ambos irão rachar a base territorial do Sincofarma-ABC, que passará a representar apenas empresários de Santo André. A região concentra cerca de 700 proprietários de farmácias.

A articulação para criar os sindicatos foi da Assodfarma-ABC (Associação das Farmácias do Grande ABC), liderada por um grupo de empresários descontentes com a atuação do Sincofarma-ABC. As principais acusações recaem sobre o seu presidente, Clóvis Parreiro Pimentel, que chegou a ser preso em dezembro por exercício ilegal de profissão e sonegação fiscal.

“Ninguém de nós queria atuar como sindicalista, mas fomos forçados a isso por causa da falta de ação do Sincofarma-ABC, que defende apenas os interesses pessoais de seus diretores e possui uma série de irregularidades, inclusive no seu último processo eleitoral”, diz Osvaldo Praxedes, presidente da Assodfarma-ABC e dono da drogaria Centre-Ville, em Santo André.

O vice-presidente do Sindicato dos Proprietários de Farmácias de São Bernardo, José Roberto Malheiro, afirmou que o primeiro objetivo dos novos sindicatos será envolver os empresários do setor na discussão de ações conjuntas.

“Hoje, os proprietários de farmácias do Grande ABC não contam com nenhuma representação. Precisamos nos organizar e priorizar o que é mais importante para todos, pois ficamos muito tempo sem uma organização forte. O Sincofarma-ABC se tornou mais um inimigo dos empresários do que um amigo”, afirma Malheiro, proprietário de cinco farmácias em São Bernardo e Diadema.

Justiça – O vice-presidente do Sincofarma-ABC, José Parreiro Pimentel, filho de Clóvis Parreiro Pimentel, presidente do sindicato, afirmou que discutirá na Justiça a criação dos dois sindicatos patronais. “Acredito que esses sindicatos não conseguirão se firmar, pois não têm base legal para isso. Nós estamos preparados para ir à Justiça discutir a sua criação.”

Para Josué Parreiro Pimentel, as acusações de irregularidades e de não defender os interesses da categoria “não têm fundamento”. “Essas reclamações vêm de empresários que não participam da atividade sindical e nunca se interessaram em fazer nada. Ninguém é obrigado a se manter filiado ao sindicato, mas se quisessem fazer algo seriam mais participativos.”



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