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Homens dão mais cheques sem fundo

Estudo aponta também que valor médio de gastos das mulheres é menor

Leone Farias
11/11/2011 | 07:30
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Embora as mulheres carreguem a fama de gostar mais de ir às compras, são os homens que emitem mais cheques sem fundos. É o que aponta pesquisa da ProScore Bureau de Informação e Análise de Crédito.

A empresa fez estudo com análise de seu banco de dados dos últimos cinco anos e também das consultas dos clientes - a companhia tem em seu cadastro mais de 61 mil pontos de vendas em todo o País - e constatou que os homens, com 56% do total, têm mais cheques devolvidos do que as mulheres (44%).

Segundo a diretora de marketing da ProScore, Mellissa Penteado de Faria e Silva, ano a ano o índice do público masculino se manteve, sem grandes variações, sempre superior ao das consumidoras.

Isso surpreendeu a própria empresa. Ao iniciar o estudo, a ProScore partiu da premissa de que as consumidoras fazem mais compras e, por essa razão, seriam mais suscetíveis a perder o controle dos gastos. O que se verificou foi o contrário.

O estudo aponta ainda que os homens, em sua maioria, emitem cheques acima de R$ 300, enquanto o valor médio para as mulheres é de R$ 150.

O presidente da companhia, o economista Ivo Barbiero, avalia que os homens têm a tendência de não avaliar o preço do que estão adquirindo, pagando mais por menos, enquanto as mulheres compram quantidade maior de itens, mas os produtos são mais baratos e têm alta utilidade.

Com base no estudo, Barbiero analisa ainda que o homem parece não se preocupar muito com o valor financeiro, e suas compras são mais para benefício próprio e mais concentradas em itens de tecnologia (por exemplo, celulares, computadores e tablets).

Do lado das mulheres, na avaliação do economista, o consumo é pensado nas necessidades cotidianas, como alimentos e roupas. Entretanto, a preocupação em poupar é maior nos homens do que nas mulheres.

DESORGANIZAÇÃO- Independentemente do gênero, contudo, observa-se uma desorganização financeira dos brasileiros. "O que vemos, de modo geral, é que falta educação financeira às pessoas. Por isso, seria muito positivo um trabalho de conscientização, porque, independentemente de se gastar muito ou pouco, as contas ao fim do mês precisam fechar", diz Barbiero.

 

Mellissa cita ainda que há muitos estímulos às compras a prazo. "Percebemos que há uma avidez muito grande por crédito", afirma. Isso explica também o crescimento da inadimplência neste ano. Dados da Serasa apontam que o percentual de dívidas em atraso aumentou neste ano. Em setembro, apesar de ligeira queda frente a agosto, o índice estava 23% maior do que a do mesmo mês de 2010.

 

 




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