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Japao e Coréia do Sul questionam presença militar americana
Do Diário do Grande ABC
04/08/2000 | 11:11
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A presença militar dos Estados Unidos no Extremo Oriente é cada vez mais questionada na Coréia do Sul e Japao, por causa de crimes comuns e razoes políticas. Vários escândalos, ocorridos recentemente aos dois países, prejudicaram a reputaçao do exército americano na regiao, o que animou seus tradicionais adversários a exigirem sua saída.

Nesta sexta-feira, um fuzileiro norte-americano de 19 anos, Kenny Titcomb, foi formalmente acusado no Japao de assédio sexual e agressao a uma adolescente de 14 anos na ilha de Okinawa, no Sul do arquipélago, no início de julho.

O sentimento anti-americano, muito forte em Okinawa desde a ocupaçao da ilha por tropas norte-americanas até 1972, cresceu muito em 1995, após o seqüestro e estupro de uma menina de 12 anos por três fuzileiros. Na época, os protestos foram tantos que os EUA tiveram que firmar um acordo com o Japao, devolvendo parte do território ocupado pelas bases. Dos 47 mil soldados norte-americanos presentes no Japao, 25 mil se encontram em Okinawa, em bases que ocupam 20% do território.

Na Coréia do Sul, representantes norte-americanos e sul-coreanos negociaram na quinta-feira, sem resultados, a revisao de um acordo militar. O momento político é desfavorável, com a volta do sentimento anti-americano causado porque o exército dos EUA tiveram que se desculpar publicamente, depois de despejar rejeitos tóxicos no rio que abastece a capital Seul de água potável.

A revolta contra os 37 mil soldados dos EUA estacionados na Coréia do Sul em meio século resultou em violentos ataques, entre eles um que matou um comandante americano num centro comercial de Seul.

Num momento em que as duas Coréias tentam a reaproximaçao, o ressentimento ganha forte conotaçao política. Quando o assunto é uma possível reunificaçao das duas naçoes-irmas, várias lideranças aproveitam para questionar a presença norte-americana, que veria anulado o seu principal argumento para a manutençao das bases na regiao: a proteçao contra um eventual ataque da Coréia do Norte.




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