'O Estado palestino será proclamado dentro de algumas semanas', afirmou Arafat, diante de milhares de partidários do Fatah, movimento que preside e que representa a principal força política da Organizaçao para a Libertaçao da Palestina (OLP).

'As próximas semanas serao cruciais', afirmou à multidao reunida numa escola da cidade autônoma do Norte da Cisjordânia.

Estas declaraçoes de Arafat sao feitas dois dias antes da visita à regiao da secretária de Estado americana, Madeleine Albright.

O chanceler de Israel, David Levy, criticou as palavras de Arafat, segundo a rádio pública. 'Israel nao cederá a ameaças durante as negociaçoes. É impensável que (Arafat) diga: ou nos dao isto ou proclamaremos um Estado quando nos convier', disse Levy, ao fim da reuniao semanal do gabinete.

'Se for esse o caso, Israel é livre para escolher seu caminho', prosseguiu, sem mais detalhes, segundo a emissora.

Arafat havia prometido, em várias ocasioes, proclamar um Estado independente no ano 2000, mas é a primeira vez que ele determina uma data.

O líder palestino se comprometeu a cumprir a ameaça, mesmo se nao chegar a um acordo final com Israel, referente sobretudo ao estatuto de Jerusalém, às fronteiras do futuro Estado e à sorte de cerca de 3,5 milhoes de refugiados palestinos e das colônias judaicas.

Israelenses e palestinos haviam concordado em fechar um acordo antes de 13 de setembro, mas a menos de três meses desta data as divergências continuam sendo profundas.

Neste domingo, a delegada-geral da Autoridade Palestina na França, declarou Leila Shahid no monte Saint-Michel (Noroeste da França), que Arafat proclamará o Estado palestino 'em setembro'.