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Candidatos pedem apoio do eleitorado no Uruguai
Do Diário do Grande ABC
26/11/1999 | 14:25
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O candidato da esquerda Tabaré Vázquez e Jorge Batlle, de centro-direita, pediram na noite de quinta-feira o apoio dos eleitores uruguaios para o segundo turno eleitoral de domingo, horas antes de começar a valer o prazo de proibiçao de campanha.

Todas as pesquisas mostram que qualquer um deles poderá se tornar o novo presidente do Uruguai, tendo em vista a pequena margem que os separa.

Os seis principais institutos de pesquisa uruguaios dao a ambos os candidatos uma intençao de votos superior a 44%. Quatro deles (Radar, Empresa Datos, Cifra e Factum) apontam Batlle como vencedor por uma margem de dois a quatro pontos. A Interconsult prevê a vitória de Vázquez por um ponto e meio, enquanto a empresa Equipos antecipa um empate, com 45% para cada candidato.

Nao houve atos de fim de campanha nas ruas nesta quinta, mas sim caravanas de militantes que tocavam suas buzinas e agitavam bandeiras dos partidos.

Batlle, do Partido Colorado, e Vázquez, da coalizao Encontro Progressista-Frente Ampla, mandaram mensagens pela televisao, ambos em tom calmo, claramente dirigido ao eleitorado independente, cujo peso será decisivo nesta eleiçao.

Batlle, 72 anos, lembrou que, para assegurar a estabilidade institucional do Uruguai, o governo futuro deverá contar com a maioria necessária em ambas as câmaras do Congresso.

Embora a coalizao de esquerda tenha surgido como a principal força política uruguaia depois das eleiçoes gerais de 31 de outubro, é superada em representantes legislativos pela combinaçao dos dois tradicionais partidos Colorado e Nacional (ou Blanco). O diretório do Partido Nacional, cujo candidato, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle, foi eliminado no primeiro turno eleitoral, recomendou a seus simpatizantes o voto em Batlle.

"Um presidente sozinho, por melhor que seja, nao pode levar adiante seu programa de governo. O presidente precisa ter sólida maioria parlamentar, sólida maioria na Câmara de Deputados, sólida maioria no Senado", ressaltou Batlle. "Sou o único que poderá ter essa maioria no Uruguai", acrescentou o candidato colorado.

Vázquez, socialista e destacado médico de 59 anos, disse que, por causa dos resultados eleitorais do primeiro turno presidencial, "no Uruguai ocorreu uma revoluçao cautelosa e silenciosa, uma pacífica revoluçao, que levou a mudanças muito importantes, do ponto de vista político".

O candidato lembrou que a coalizao de esquerda, que em 1971 conseguiu 18% dos votos, no mês passado obteve 40% de respaldo eleitoral. Vázquez admitiu que atualmente há um 'empate técnico`` entre ele e Batlle, a quem acusou de ter lançado argumentos 'falsos`` sobre as posiçoes da coalizao relacionadas aos impostos.

Vázquez assinalou que os 45% dos votos que as pesquisas dao a seu adversário indicam que um importante setor do Partido Nacional nao acata as recomendaçoes de seu diretório para apoiar Batlle, já que a soma dos votos de blancos e colorados, no dia 31 de outubro, supera essa porcentagem.

Mas o candidato da esquerda nao exibiu na noite de quinta-feira o tom contundentemente vitorioso que caracterizou seus discursos políticos anteriores ao primeiro turno eleitoral.




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