Os fabricantes de máquinas e equipamentos planejam investir neste ano R$ 6,025 bilhões, apostando na recuperação da economia brasileira e de olho no mercado externo. Se confirmado, esse seria o maior valor investido desde o início do Plano Real, em 1994 – aumento de 42,3% em relação aos R$ 4,232 bilhões do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

De acordo com a entidade, 35,7% desse dinheiro será destinado à modernização do parque industrial e 33,9%, à ampliação da capacidade de produção. O presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite, diz que é preciso ter tecnologia de ponta para brigar de igual para igual com os concorrentes no exterior e mesmo no mercado interno.

O montante dos novos investimentos foi apurado em uma pesquisa que a Abimaq fez em dezembro com 237 empresas, que representam 20% do setor. O resultado é considerado expressivo, pois corresponde a 16,3% do faturamento do setor previsto para este ano, da ordem de R$ 36,978 bilhões. Em 2002, essa participação foi de 12,1%.

O setor espera o crescimento de 6% no faturamento deste ano em relação aos R$ 34,9 bilhões de 2003, em um cenário de crescimento econômico de pelo menos 3%. A tendência é de que as exportações aumentem 10% em relação ao recorde histórico de US$ 4,9 bilhões registrado no ano passado, quando as vendas externas cresceram 33,5%. Os negócios deverão continuar sendo liderados pelos segmentos de máquinas para construção pesada e agrícolas.

Por isso a Jumil, uma das maiores fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do país, decidiu investir US$ 20 milhões para concentrar suas duas unidades localizadas no município paulista de Batatais em uma única fábrica, mais moderna. Os planos prevêem a abertura de pelo menos cem postos de trabalho neste ano, mesmo número registrado em 2003.

Exportações – No segmento de máquinas rodoviárias e equipamentos para construção e mineração, a Caterpillar abriu 100 postos de trabalho neste início de ano para reforçar a produção e atender ao crescimento da demanda, puxado pelas exportações.

A perspectiva é de ampliar as exportações, que no ano passado cresceram 15% e atingiram US$ 357 milhões, o que representou 65% do faturamento total da companhia no país (US$ 550 milhões).

A Mark Grundfos, fabricante de máquinas e equipamentos para bombeamento de líquidos, decidiu investir neste ano R$ 10 milhões na modernização e ampliação da capacidade de produção da sua fábrica em São Bernardo do Campo. “Nossa meta é aumentar 25% a produção neste ano”, diz o diretor de Operações, João Batista Burin.

A empresa aposta na recuperação do mercado interno, principalmente em segmentos que ficaram estagnados nos últimos anos, como o de saneamento. Os planos incluem também maior agressividade nas exportações, que hoje representam 10% do faturamento total. A empresa pretende aumentar essa fatia para 15% neste ano.

“As perspectivas no mercado internacional são muito boas. Não há sinais de retração econômica no mundo e os nossos produtos ficam mais competitivos com o fortalecimento do euro.”