O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu hoje a necessidade de que o Congresso aprove uma reforma migratória ampla que endureça a segurança fronteiriça, mas que também resolva a situação dos trabalhadores ilegais que já estão nos EUA.
"Somos uma terra de imigrantes e temos de tratar as pessoas com justiça. Temos de ter um sistema de leis que seja respeitoso com as pessoas", comentou Bush, em um discurso em Cleveland (Ohio, norte), ao ser consultado sobre a reforma migratória em discussão no Senado.
"A idéia de ter um programa que faça as pessoas se apertarem na parte de trás de um caminhão, arriscando sua vida para vir aos Estados Unidos para fazer trabalhos que algumas pessoas (aqui) simplesmente não querem fazer, não representa a América, no meu entender", disse ele. O presidente não falou diretamente do programa de trabalhadores temporários proposto por ele mesmo há mais de dois anos em um discurso sobre o Estado da União, nem de como resolver a situação dos 12 milhões de imigrantes clandestinos que vivem no país.
"Obviamente, há algumas perguntas que temos de responder. O que acontece com a pessoa que está aqui desde 1987? Está aqui há um longo tempo e criou uma família", completou Bush, ao sugerir que a reforma migratória a ser aprovada no Congresso deve encontrar uma solução para esse tipo de problema.
"Meu único conselho para o Congresso e as pessoas no debate é que entendam da nossa história, e sobre quem construiu os Estados Unidos", acrescentou. Bush enfatizou, porém, os pontos que mais preocupam os eleitores conservadores, pedindo o reforço da segurança nas fronteiras, sobretudo no limite sul com o México, e a deportação dos imigrantes que forem detidos ao cruzar ilegalmente a fronteira.
O presidente também insistiu que é preciso punir quem empregar trabalhadores ilegais e não deixar que os que já estiverem no país tenham prioridade na hora de legalizar sua situação em relação aos que esperam seus papéis no exterior e respeitam a lei.