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Lula visita cidades do NE atingidas pela chuva e promete ajuda
Do Diário OnLine
Com Agências
04/02/2004 | 20:01
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Na visita que fez a três cidades do Nordeste fortemente atingidas pelas chuvas, nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ajuda do governo federal para amparar de forma urgente as vítimas das enchentes. Acompanhado de cinco ministros, Lula passou por Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e Teresina (PI). Os governadores dos três Estados e prefeitos de várias cidades afetadas mantiveram reuniões com a comitiva presidencial durante a visita.

Segundo anunciou Lula, as ações do governo para auxiliar os desabrigados acontecerão em duas fases. No primeiro momento, em caráter mais urgente, as famílias afetadas pelas enchentes receberão abrigo, remédios, alimentos e água potável. Depois, num prazo mais longo, as famílias que perderam tudo receberão auxílio para a reconstrução das residências.

"Essas ações são o mínimo que nós temos de fazer. As pessoas têm de ter água boa para beber, comida para comer. As pessoas não podem ficar isoladas e, ao mesmo tempo, têm de ter remédios para evitar que fiquem doentes", afirmou o presidente, citando o risco representado pela leptospirose em áreas atingidas por enchentes.

A assessoria de imprensa do ministério da Integração Nacional informou nesta quarta-feira que mais de 17,4 mil cestas básicas já chegaram às cidades mais afetadas pelas chuvas e enchentes no Nordeste. O volume representa 486 toneladas de comida. Cada cesta básica tem, em média, 20 quilos de alimentos. São distribuídas duas cestas para cada família ou grupo de cinco pessoas.

O ministério da Integração Nacional e os prefeitos dos municípios atingidos pelas chuvas estão preparando um levantamento para precisar quantas casas precisarão de obras e quantas famílias terão de ser deslocadas de áreas de risco. "São quase 50 mil casas que nós temos de fazer. Mas teremos de combinar com os prefeitos e governadores para arrumar outro local. Nós não podemos ser irresponsáveis e fazer o conserto no mesmo lugar. Nós temos de procurar um outro terreno, onde as pessoas tenham a certeza de que não serão vítimas de enchentes", afirmou Lula.

O presidente demonstrou a intenção de manter contato com os prefeitos e governadores das áreas afetadas pelas enchentes. "Tem muita coisa que pode ser feita. Nós podemos estudar em todos os ministérios o que pode ser feito. O Ministério dos Transportes tem de vir cuidar mesmo das rodovias que não são federais; cuidar das rodovias municipais em caráter de emergência. Nós temos de colocar para funcionar. Não queremos nenhuma comunidade isolada e também queremos que a economia brasileira cresça. As nossas riquezas têm de transitar por essas estradas."

Pouco depois da visita de Lula, o ministério dos Transportes anunciou a liberação de R$ 20 milhões para realizar obras emergenciais nas rodovias federais que foram atingidas pelas enchentes no Nordeste.

Na área da agricultura, Lula adiantou que o governo estuda opções para ajudar os proprietários de terra da região a manterem suas plantações – mesmo com as condições adversas impostas pelas chuvas. "Vamos discutir a possibilidade de darmos sementes para esse pessoal poder plantar."

Drama - O presidente viajou ao Nordeste acompanhado pelos ministros Anderson Adauto (Transportes), Humberto Costa (Saúde), Roberto Rodrigues (Agricultura), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia); além do chefe da Secretaria do Controle e da Transparência, Waldir Pires. Lula e sua comitiva se mostraram muito consternados com a situação das famílias desabrigadas e preocupados com o quadro emergencial das enchentes.

Durante a visita, Lula manteve reuniões fechadas com os governadores da Bahia, Paulo Souto (PFL), de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), e do Piauí, Wellington Dias (PT). A comitiva sobrevoou áreas afetadas pelas enchentes e teve encontros com várias famílias que ficaram desabrigadas por causa das águas.

O presidente se mostrou impressionado com os estragos e lamentou o fato de as pessoas pobres serem as mais afetadas pelas tragédias da natureza. "Quando cai água demais não tem rio, não tem nada que segure. Porque a natureza, muitas vezes, é implacável quando se revolta. Ela não escolhe pobre ou rico", afirmou Lula, lembrando que as pessoas com menor poder aquisitivo se vêem obrigadas a construir casas em áreas de risco – muitas vezes nas beiras de córregos e rios. "Quando vem a chuva que enche, ele (o pobre) é a primeira vítima."

Após se dizer "emocionado" com a condição dos atingidos pelas enchentes, Lula garantiu que "a situação vai melhorar". Ele destacou que os problemas causados pelas chuvas são fruto do "descaso" das administrações públicas do passado.




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