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Petroleiros prometem manifestaçoes contra acidentes
Do Diário do Grande ABC
21/07/2000 | 13:01
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Os cerca de 34,5 mil petroleiros do Brasil devem realizar, nesta sexta, um protesto nacional contra o derrame, domingo, de 4 milhoes de litros de óleo no Rio Iguaçu, durante operaçao de bombeamento na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Paraná. Além do vazamento, as lideranças também denunciam e mortes de 24 trabalhadores em refinarias do país, desde o ano passado. Os petroleiros responsabilizam o corte de pessoal e a terceirizaçao de serviços pelos sucessivos vazamentos e acidentes.

Os protestos podem incluir paralisaçao de atividades e bloqueio de rodovias. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo do Rio de Janeiro (Sindipetro), Mozart S. de Queiroz, disse que as manifestaçoes devem se concentrar na Bahia.

Nesta sexta completa um mês da morte em serviço do petroleiro Nei Brito, uma semana antes de se aposentadoria, na própria Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, onde ocorreu um dos maiores desastres ambientais do país.

Mozart Queiroz disse ainda que, por trás do acidente na Repar, há uma política de pouco investimento em manutençao e reduçao do efetivo das unidades. Segundo ele, a automaçao precária dos serviços se deve à sobrecarga dos funcionários que restaram. Ele acrescenta que muitos trabalhadores foram substituídos por mao-de-obra terceirizada, sem o devido treinamento, sendo exatamente este tipo de funcionário que mais se envolve em acidentes.

A respeito do vazamento no Rio Iguaçu, Mozart aponta várias possibilidades e falhas. "Existe muita coisa para ser apurada ainda. Houve um problema operacional (uma válvula nao foi aberta), talvez por excesso de tarefas do funcionário. Mas, pelo menos dois equipamentos falharam, quando do vazamento. A válvula de segurança deveria ter funcionado e um alarme também teria que identificar a falha no sistema. Ambos nao funcionaram. O óleo percorreu quase 3 quilômetros, dentro da Refinaria, sem que nada fosse acionado. Isso ocorre principalmente por ausência de vigilância', declarou o líder do Sindipetro-RJ. "Por diversas vezes pedimos, em nossas manifestaçoes, a reposiçao do efetivo mínimo, a fim de garantir a segurança nas unidades, mas a Petrobras tem se negado a discutir com os trabalhadores', completa Mozart Queiroz.




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