Na madrugada de sábado, o muro de mármore da entrada de duas sinagogas da Tijuca, na Zona Norte da cidade, e a parede interna do Túnel Novo, em Copacabana, na Zona Sul, foram pichados com inscriçoes alusivas ao nazismo (a suástica e as iniciais SS, da polícia secreta de Hitler).
Na açao, os vândalos também arrancaram as mezuzas - símbolos judaicos onde estao escritos os mandamentos divinos - que ficavam na porta do Templo Uniao Israel e da Sociedade Israelense Templo Sidon.
De acordo com o chefe de gabinete da Guarda Municipal, Carlos Paiva, estudantes judeus estariam sendo ameaçados de seqüestro por integrantes de uma suposta milícia de anti-semitas. "As maes estao apavoradas com as ameaças de seqüestro e os atos de vandalismo que estao sendo praticados por grupos que defendem a segregaçao racial", declarou Paiva, sem apresentar provas dos grupos.
"O prefeito determinou a criaçao de um serviço especial de patrulhamento e controle para inibir o terrorismo contra templos e escolas, porque o Rio nao vai viver a barbárie que aconteceu em Sao Paulo", em referência à morte do adestrador de caes Edson Neris da Silva, espancado no domingo por uma gangue de skinheads na capital paulista.
"É uma violência sem justificativa, apenas para reavivar o ódio racial e religioso pregado por Hitler", disse o presidente da Câmara dos Vereadores, Gérson Bergher (PFL).
Para o vereador, a açao dos vândalos "representa o início de uma campanha de solidariedade às recentes mudanças na Austria" - o novo governo austríaco é sustentado pelo Partido da Liberdade (FPO), chefiado pelo líder ultradireitista Joerg Haider, acusado de defender idéias nazistas.
Carros-bomba - Bergher disse que duas sinagogas do Rio - a Lubavicht, no Leblon, e a Associaçao Religiosa Israelita, em Botafogo - sao protegidas por muros à prova de carros-bomba. Segundo Paiva, a GM dispoe de 16 carros, com cinco homens cada, para as rondas que começaram a ser feitas a partir da manha desta sexta-feira.
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