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Minorias pedem puniçao para grupo neonazista
Do Diário do Grande ABC
16/09/2000 | 18:36
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Em reuniao realizada na noite da última quinta-feira, entidades ligadas aos direitos humanos e às chamadas minorias (GLS, negros e nordestinos) decidiram enviar uma carta à ONU para que a instituiçao pressione o governo brasileiro nas investigaçoes dos atentados a bomba contra estas entidades na capital paulista, ocorridos na primeira semana de setembro.

Revoltada com a atuaçao das autoridades no caso das ameaças feitas pelos skinheads - que seguem princípios de raça pura do nazismo -, a homossexuais, negros e nordestinos, a presidente da Associaçao de Nordestinos de Sao Paulo, Francis Bezerra, alertou que jovens dessas minorias já estao se organizando para uma possível retaliaçao, o que pode causar danos maiores. "Sei da existência da formaçao de alguns grupos, aqui mesmo na nossa associaçao, que querem fazer justiça com as próprias maos. Há um movimento que começa a tomar força e temo pelo pior. A revolta, por causa da impunidade, é muito grande", frisou. Ela disse que o secretário de Segurança do Estado, Marco Vinício Petrelluzzi, sem uma resposta convincente para apresentar à populaçao, está "jogando para a mídia e arriscando vidas humanas".

Segundo Francis Bezerra, a polícia tem avançando muito pouco nas investigaçoes dos atentados registrados no começo do mês - em que uma bomba foi enviada à sede da Anistia Internacional no Brasil e outra ao escritório da Associaçao da Parada do Orgulho Gay, no Centro de Sao Paulo. "Estamos cobrando pulso forte, uma atitude mais firme por parte da Secretaria", disse.

Descaso - No documento, as entidades relembram que até hoje o atentado ocorrido em novembro do ano passado, também direcionado à Anistia Internacional, ainda nao foi esclarecido. "Nao é possível que até um programa de televisao já tenha encontrado pessoas ligadas a esses grupos neonazistas e a polícia ainda nao tenha prendido ninguém", atacou Francis, a respeito da entrevista em que um suposto skinhead deu, há duas semanas, ao Programa do Ratinho, no SBT.

As entidades decidiram montar uma comissao para acompanhar as investigaçoes da polícia e já programam uma manifestaçao, ainda sem data marcada. "Queremos alertar. Essa é nossa intençao", adiantou Francis.

Nem o retrato falado do suspeito de ter enviado as bombas foi divulgado pela Secretaria de Segurança até o momento. "Já reforçamos a segurança na sede do Grêmio Recreativo da Anesp, mas precisamos que as autoridades também se mexam. Nao queremos ficar à mercê desses bandidos", cobrou ela.




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