Economia Titulo Efeito pandemia
Desemprego no País bate recorde, com 14,1 milhões de trabalhadores

No 3º trimestre, volume foi acrescido de 1,3 mi de pessoas, equivalente à PEA do Grande ABC

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
28/11/2020 | 00:05
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Mais 1,3 milhão de pessoas ficaram desempregadas no País no terceiro trimestre deste ano – o que corresponde a praticamente a PEA (População Economicamente Ativa) do Grande ABC, de 1,4 milhão de pessoas. Com o resultado, a taxa de pessoas em busca de oportunidade chegou a 14,6% no período, a maior de toda a série histórica iniciada em 2012 e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. No Estado, a taxa de desocupação ficou em 15,1%.

Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) Contínua, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O contingente de pessoas empregadas diminuiu 1,1% na comparação com o segundo trimestre, totalizando 82,5 milhões de ocupados, também o menor patamar da série histórica. Significa que 883 mil pessoas foram demitidas.

Com isso, o nível de ocupação foi de 47,1%. Desde o trimestre encerrado em maio, o percentual está abaixo de 50%, o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no País.

Para a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento físico para controle da pandemia de Covid-19. “Houve maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem emprego. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação.”

Para o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, a situação tende a piorar nos próximos meses, inclusive na região. “No primeiro trimestre do ano que vem, as pessoas vão deixar de receber o auxilio emergencial e começarão a procurar emprego. Como consequência, a taxa de desemprego vai subir. Acredito que o Grande ABC segue em linha com o País, e é exatamente isso que deverá acontecer na região”, disse.

De acordo com o coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, professor Sandro Maskio, é difícil fazer uma previsão de quando a situação deve melhorar nas sete cidades. “Somos muito dependentes do setor industrial, que tem sofrido problemas com falta de insumos, o que impacta negativamente. Existia uma expectativa de um recuo da pandemia, mas, tendo em vista os indicadores, devemos dar alguns passos para trás, o que acaba afetando novamente a economia.”
 




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