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Advogados de Jackson contra-atacam mãe de suposta vítima
Da AFP
15/04/2005 | 20:15
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A defesa de Michael Jackson lançou uma forte ofensiva contra a mãe do jovem que o acusa de abuso sexual, que admitiu nesta sexta-feira ter mentido sob juramento em outro caso, numa das audiências mais polêmicas desde o início do julgamento.

A defesa de Jackson esmiuçou e atacou na Corte de Santa Maria, Califórnia, as declarações da mãe do jovem que alega ter sofrido abuso em três ocasiões no início de 2003. O juiz Rodney Melville teve que intervir mais de uma vez na troca de argumentos entre o advogado de defesa Thomas Mesereau e a mulher, 37 anos de origem mexicana.

Ela também saiu em defesa própria em várias ocasiões e afirmou aos membros do júri: "Ele (Mesereau) não está dizendo a verdade." Mesereau pediu à mulher que respondesse com poucas palavras a suas perguntas, às quais a mãe do jovem deu longas evasivas.

O advogado conseguiu que ela admitisse ter mentido sob juramento no ano 2000, quando entrou com uma ação contra uma loja, acusando um segurança de ter abusado sexualmente dela e fisicamente de seus filhos. A loja fechou um acordo extrajudicial com a mulher e pagou a ela cerca de US$ 150 mil para encerrar o assunto.

Mesereau destacou que a mulher havia assinado um documento afirmando que o ex-marido - pai de seus três primeiros filhos - nunca havia abusado dela, mas depois o denunciou por abusos físicos, inclusive sexuais, contra sua filha mais velha.

O advogado citou também o seqüestro de que ela teria sido vítima, junto com os três filhos mais velhos, em 'Neverland', propriedade de Jackson na Califórnia. Mesereau conseguiu que ela admitisse ter deixado três vezes o rancho durante o período do suposto seqüestro, e que sempre retornou por vontade própria.

Numa revelação surpreendente, a mulher admitiu que o próprio filho, o mesmo que acusou Jackson de abuso sexual, também a havia acusado de abuso. Nesta semana, ela afirmou ter sido mantida presa em 'Neverland' após a exibição do documentário 'Living with Michael Jackson', e que aceitou uma proposta para partir para o Brasil com sua família após o suposto seqüestro porque temia por sua vida e a de seus filhos.

A mulher disse na Corte de Santa Maria que aceitou assinar o pedido de passaportes para ela e as crianças no início de 2003 por sugestão dos assessores de Jackson, já que um segurança do músico a advertiu de que se ela não colaborasse, seus pais e seu companheiro poderiam ser assassinados.

Os promotores argumentam que os assessores do cantor ficaram preocupados com as conseqüências do documentário e decidiram seqüestrar o menino e sua família para que gravassem um vídeo em favor de Jackson.

Especialistas acreditam que a acusação foi desfavorecida pelo contra-interrogatório da defesa. "Quanto mais a mulher fala, mais pontos a acusação perde", opinou o especialista Michael Cardoza. "Ela sequer sabe responder às perguntas mais simples", acrescentou.

'Jane Doe' casou-se novamente com um oficial do Exército, com o qual teve um filho recentemente. Ela é uma das testemunhas-chave de acusação, e de sua credibilidade depende o primeiro julgamento contra Michael Jackson por abuso sexual. O cantor tem outras dez acusações contra ele e, se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão. 




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