Os Estados Unidos expressaram nesta terça-feira sua preocupação em relação às mudanças realizadas na lei eleitoral iraquiana, que torna difícil um recusa do projeto de Constituição por parte dos eleitores e afeta principalmente a minoria sunita.

A Assembléia Nacional provisória aprovou no domingo um documento da comissão eleitoral segundo o qual, para a aprovação da Constituição, será considerado o número de eleitores, enquanto que, para sua rejeição, se levará em conta o número de inscritos para votar, segundo o porta-voz do departamento de Estado, Sean McCormack.

Estas mudanças realizadas pelo parlamento facilitam assim a aprovação do texto em escala nacional, tornando mais difícil sua rejeição.

"Achamos que o resultado das discussões entre a comissão eleitoral e a Assembléia Nacional provisória deve respeitar a lei fundamental transitória, que rege atualmente o país. Também achamos que, qualquer que seja o resultado de suas discussões, seu objetivo deve ser ampliar o consenso", disse McCormack. Os Estados Unidos tentam convencer a minoria sunita a participar na eleição sobre a Carta Magna, apesar das reticências desta comunidade em que muitos religiosos e políticos pediram para votar no "não" no referendo constitucional.

A ONU (Organização das Nações Unidas) confirmaram suas críticas anteriores a essa mudança. "É nosso dever assinalar isso quando o processo não se desenvolve conforme as normas internacionais", afirmou Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.