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Ex-fiscal é indiciado em mais seis inquéritos
Do Diário do Grande ABC
12/07/1999 | 17:58
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O ex-fiscal Marco Antônio Zeppini foi indiciado nesta segunda-feira em seis inquéritos que investigam supostos esquemas de corrupçao na Administraçao Regional de Pinheiros, na zona oeste de Sao Paulo. Zeppini, preso em flagrante desde o dia 2 de dezembro do ano passado após tentar extorquir a comerciante Soraia Patrícia da Silva, foi indiciado por concussao (extorsao).

A prisao de Zeppini no ano passado deflagrou a série de investigaçoes do Ministério Público Estadual (MPE) e da Polícia Civil sobre a máfia dos fiscais na administraçao municipal. O ex-fiscal também foi o primeiro acusado de extorsao a ser condenado pela Justiça. Há dois meses, Zeppini foi condenado a cinco anos de prisao por causa das denúncias de corrupçao.

O indiciamento foi baseado nos inquéritos abertos pela polícia no início do ano. Na época, várias denúncias oferecidas pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o ex-fiscal nao foram aceitas pela Justiça. A abertura dos inquéritos foi recomendada para que fossem acrescentadas mais informaçoes e provas nas acusaçoes.

Segundo o delegado Vilson Genestretti, que conduz os inquéritos de Pinheiros, Zeppini é acusado de ser um dos líderes de um possível esquema de corrupçao na regional de Pinheiros. Cada inquérito refere-se a uma denúncia, todas ligadas à supostas tentativas de extorsao sobre comerciantes e empresários da regiao de Pinheiros.

Cheques - "Todas as denúncias referem-se ao Setor de Uso e Ocupaçao do Solo da regional", disse o delegado. Além de várias testemunhas, a polícia tem nas maos informaçoes de cheques supostamente utilizados para o pagamento de propinas e que foram depositados na conta de duas empresas de Zeppini, a Sucatuba e a Campini, ambas em Indaiatuba (SP). O valor dos cheques chegava a R$ 10 mil.

"Ele alegou que costumava trocar cheques para funcionários da regional", informou Genestretti. Porém, todos os valores eram anotados nas agendas do ex-fiscal apreendidas no fim do ano passado pelo MPE. As agendas auxiliaram a polícia e o MPE na coleta de provas, como o rastreamento de contas bancárias e o contato com testemunhas que teriam sido lesadas pelo esquema. "Ele disse que está sendo utilizado como o único culpado em toda a história", comentou o delegado. A versao é sustentada pelo advogado de Zeppini, Alberto Mariz de Oliveira. "Escolheram ele para assumir a responsabilidade de tudo", afirmou Oliveira. Ele nao soube informar, porém, quem seriam os interessados em transferir toda culpa para o ex-fiscal. "Ele negou o óbvio", disse o promotor Gilberto Leme, que acompanhou o depoimento. Segundo disse, as acusaçoes contra Zeppini sao fortes, inclusive de que ele teria utilizado a Sucatuba e a Campini para lavagem do dinheiro proveniente de propinas.




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