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Usuários tentam se adaptar aos novos códigos
Do Diário do Grande ABC
02/07/1999 | 17:44
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A dona-de-casa Rosa Gonçalves Barbosa, de 51 anos, sabia que muita coisa mudaria nas ligaçoes interurbanas a partir de neste sábado (3), mas só percebeu a profundidade das modificaçoes quando a filha Viviane Gonçalves Barbosa, de 23, lhe perguntou, na última quinta-feira, se sabia que seriam "totalmente diferentes" os telefonemas para Niterói, município vizinho do Rio. "A propaganda na televisao foi muito superficial", reclamou Rosa, que só quinta-feira viu anúncios sobre o novo sistema com exemplos que considerou esclarecedores. "Antes eram muito superficiais, nao explicavam em profundidade." No início da tarde, apesar dos exemplos, ela ainda achava as coisas meio confusas e pedia que as campanhas nos meios de comunicaçao apresentassem mais simulaçoes, em lugar dos anúncios puramente promocionais em favor do 21 e do 31, que envolveram os meninos DDD e modelos. Uma das suas dúvidas é como fará as ligaçoes internacionais, pois tem parentes em Portugal, para onde telefona com freqüência.

"Nesse caso, nao sei se o prefixo vem antes ou depois dos zeros", afirmou. A dona de casa, moradora da zona norte do Rio, se mostrou esperançosa de que a concorrência derrube preços e melhore o serviço.

O médico José Barbosa, que mora e trabalha em Juiz de Fora (MG), considera-se esclarecido, mas admite que, para a maioria da populaçao, as coisas podem estar ainda confusas. "Nao precisava o ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga, ter ido para a televisao quinta-feira (1)por coisa tao pequena", disse. Com gastos de cerca de R$ 1.000 mensais com telefonemas, a maioria interurbanos, do consultório e de casa, Barbosa, que se opôs à privatizaçao das teles, agora espera que a modificaçao traga tarifas mais baixas.

"A estatal estava falhando, com custo acima do tolerável", afirmou o médico. Ele afirmou que pretende usar a Embratel, se seus preços ficarem iguais aos da Telemar, cujos serviços, em Minas Gerais, afirmou, deixam a desejar. "Acho que a qualidade piorou muito por aqui após a privatizaçao", reclamou.

A aposentada Zilah Ribeiro, de 68 anos, disse considerar boa a propaganda sobre a mudança, mas confessou que, se precisar fazer um interurbano, nao vai saber como fazer. "O que acontece é que ainda nao prestei atençao", afirmou ela, que mora no Rio de Janeiro. "Se eu tivesse de explicar a uma outra pessoa como fazer, nao saberia." Ela pretendia pedir ajuda a amigos e guardar reportagens do jornal sobre o assunto, para quando precisasse fazer interurbanos, e anunciou que vai optar pelo serviço mais barato, mas com uma condiçao: a qualidade. "Se o serviço for ruim, de que adianta custar menos?", perguntou. "Vou economizar de um lado e gastar de outro."

Outra aposentada, Ivanni Pires Nogueira, de 63 anos, disse que se considerava esclarecida sobre a nova forma de fazer interurbanos, mas admitiu que "no início, foi meio complicado, pois nao estava prestando atençao" às campanhas de esclarecimento na televisao. Ela é outra que avisa que com certeza vai escolher a operadora que cobrar tarifas mais baixas.




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