O piloto José Eduardo Brosco, que pilotou um Airbus A320 da companhia aérea TAM um dia antes do acidente com a aeronave no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que deixou 199 pessoas mortas, disse nesta terça-feira que teve problemas para frear a aeronave.

Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, Brosco revelou ter sentido algum tipo de problema no freio ABS do avião, que “prendia e soltava”.

Ao chegar em casa no dia anterior à tragédia, o piloto declarou que imediatamente fez um relatório sobre o ocorrido e enviou ao departamento de segurança da companhia. “Acho que não houve tempo suficiente para que o documento fosse lido e o assunto discutido”, assinalou.

Pista escorregadia - Além disso, segundo Brosco, a pista de Congonhas realmente estava muito escorregadia. “Com chuva, a minha preocupação é quanto a aderência dos pneus no asfalto”, afirmou.

De acordo com o piloto, após as obras realizadas pela Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) no aeroporto, ficou mais difícil para frear aeronaves na pista principal. “A sensação era de que não estava segurando”, comentou.

Reverso – No depoimento, José Eduardo Brosco ainda disse que o desligamento de um dos reversos (sistema de frenagem) da aeronave não prejudica, em nenhuma hipótese, o pouso do avião. “Não há nenhum problema, ele poderia inclusive ter pousado sem os dois reversos”, assinalou.

Ele explicou aos parlamentares que o reverso é apenas um sistema auxiliar para ajudar a frear a aeronave.