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Mais de 100 mil pessoas desfilam na Irlanda do Norte
Das Agências
12/07/2002 | 14:07
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Mais de 100 mil pessoas saíram às ruas na Irlanda do Norte nesta sexta-feira para participar dos desfiles orangistas, segundo as estimativas da polícia, que teme que se produzam confrontos ao anoitecer, quando as marchas protestantes atravessarem de volta os feudos católicos.

Com chapéus e portando bandeiras britânicas, como símbolo de seu compromisso político, com as estolas da Ordem de Orange, em sinal de sua fé, quase 50 mil protestantes desfilaram em calma ante outros tantos espectadores, apesar de algumas manifestações hostis nos arredores dos bairros católicos do oeste de Belfast.

Em Springfield Road, 200 republicanos vaiaram a passagem da marcha mas não houve incidentes expressivos. A polícia e o exército se colocaram nos pontos em que a marcha passava perto dos feudos católicos.

A polícia também estava muito presente em Ardoyne, feudo católico do norte da cidade, onde se temem distúrbios no regresso da marcha, à última hora da tarde.

O clima de camaradagem reinante nos locais de congregação dos orangistas, na periferia de Belfast, contrastava com a tensão e a violência das últimas semanas.

Pertencentes a 1.300 logias, os fiéis da Ordem de Orange comemoram o aniversário da batalha na qual os protestantes de William de Orange venceram os homens do rei católico James II em 1690.

Nos campos de Edenderry e Lisburn, os discursos ilustravam perfeitamente a ruptura política da comunidade protestante unionista, favorável à manutenção da Irlanda do Norte no seio do Reino Unido.

O ministro unionista (a favor da união com Grã-Bretanha) de cultura da Irlanda do Norte, Michael McGimpsey, acusou aqueles que se opõem ao acordo de paz de abril de 1998 de querer “confiscar” as comemorações e de “destruir a confiança e o orgulho da cultura lealista”.

A Ordem de Orange, vinculada ao Partido Unionista de Ulster (UUP), principal formação protestante, tinha pedido o voto contra a divisão de poder com os católicos no referendo de 1998.

Mas o deputado do UUP Jeffrey Donaldson afirmou que o cessar-fogo do IRA (Exército Republicano Irlandês, clandestino) se havia “rompido” e acusou o governo britânico de “fingir que não vê a violência do IRA”.

“Espero que este dia seja pacífico mas se houver violência será orquestrada pelo IRA”, afirmou Donaldson, que exige de seu chefe, David Trimble, que deixe o governo local se Londres não excluir o Sinn Fein, o braço político do IRA no final deste mês.

Nesta sexta-feira pela manhã, o exército britânico desativou uma caminhonete com explosivos no itinerário dos desfiles no centro de Belfast. A polícia acha que esse atentado frustrado é obra dos grupos armados dissidentes do IRA que se opõem ao processo de paz.




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