O Brasil vai perder algo em torno de US$ 300 milhões com as exportações de carne bovina "in natura" nos três últimos meses do ano por causa da febre aftosa em Mato Grosso do Sul, previu sexta-feira a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). Para especialistas e consultores, uma crise como a da aftosa era anunciada e poderia ter sido evitada com mais investimentos e controle sanitário.

O vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, ressalta que é impossível fazer previsões de longo prazo, mas a média diária das exportações do produto deverá encolher em pelo menos 50% nos próximos meses. Já o economista da Fundação Getúlio Vargas, Alexandre Mendonça de Barros, o prejuízo pode chegar aos US$ 240 milhões até dezembro, levando em conta a pauta de exportações e a lista de países que decidiram suspender as importações.

O prazo médio para levantar suspensões de importação como as adotadas gira em torno de seis meses. Além disso, existe o risco de outros produtores, como a Argentina, Estados Unidos e Austrália, tomarem espaço do Brasil no fornecimento da carne.