A Opep decidiu nesta segunda-feira manter sua cota de produção de petróleo, não renovar sua oferta adicional ao mercado e fazer uma reunião especial no dia 31 de janeiro, para estudar um possível corte no abastecimento se a demanda cair.
"Será mantido o nível de produção, e não será prorrogada a oferta de 2 milhões de barris diários (mbd)", informou o ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, acrescentando ter sido marcada para 31 de janeiro, em Viena, uma reunião especial dos ministros dos 11 países da Opep para, "talvez, reduzir a produção de cru, diante de uma possível queda da demanda depois do inverno no hemisfério norte".
A cota oficial de produção da Opep desde junho é de 28 milhões de barris diários (mbd), dividida entre os países-membros, embora na verdade eles produzam 28,4mbd sem o Iraque, excluído do sistema de cotas, e 30,3mbd incluindo o mesmo.
Ramírez mostrou-se "completamente de acordo" com as decisões tomadas nesta segunda-feira no Kuwait, mais concretamente com a de não prorrogar a oferta extra da Opep, que é o teto do que pode ser oferecido. Segundo ele, a organização acredita que "o mercado está bem abastecido".
"Não renovaremos a oferta suplementar porque não há necessidade. Os mercados não a estão utilizando (...) o que significa que não precisam", explicou o ministro líbio da Energia, Fathi Ben Shatuan.
A Opep fez essa oferta de 2mbd para o último trimestre após a passagem dos furacões Katrina e Rita, em agosto e setembro, pelo Golfo do México, onde está boa parte das plataformas de petróleo americanas. Isso fez com que os preços alcançassem o recorde de 70 dólares o barril, embora agora estejam em torno de 60.
O atual presidente do cartel e ministro kuwaitiano do Petróleo, Ahmad Al-Fahd Al-Sabah, disse que, "como sempre, a Opep ajudará com muito prazer o mercado em caso de escassez de oferta".
"Na reunião de janeiro, poderíamos falar em cortes: no segundo e terceiro trimestres, a demanda costuma cair", comentou o ministro líbio. Seu colega do Catar, Abdallah Ben Hamad Al-Attiyah, explicou que em janeiro "todas as possibilidades estarão sobre a mesa, já que falaremos sobre o segundo e terceiro trimestres. Há uma abundância de petróleo, e o mercado está saturado, com quantidades muito superiores às suas necessidades, motivo pelo qual reduziremos a produção se for necessário".
Na abertura da reunião, o atual presidente da Opep garantiu que neste inverno o fornecimento será suficiente, e convocou os países consumidores a aumentar sua capacidade de refino, um dos principais problemas do setor em nível mundial, e tributar menos os subprodutos do petróleo.
O objetivo da Opep em 2006 é "garantir aos consumidores que haverá capacidade de produção suficiente para atender à demanda neste inverno", disse o ministro kuwaitiano do Petróleo.