Para Scaringella, a falta de puniçao cria atitudes de risco que, por sua vez, contribuem para o crescimento dos acidentes. "Muito se falou sobre o aumento dos valores das multas, mas este é apenas um item do código; é preciso cuidar da formaçao do motorista, e isto nao está sendo feito", afirmou. O diretor do INST falou sobre segurança no trânsito no dia 12, em conferência na feira de transportes Intertraffic Latin America 2000, em Sao Paulo.
O problema nao é o código em si, que Scaringella considera "bom", mas sim a sua aplicaçao falha pelos órgaos de trânsito e pelo governo. "O dinheiro arrecadado nas multas teria de ser gasto em prevençao de acidentes e na formaçao do motorista, mas isso nao ocorre."
Mortes - De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito, em 1999 morreram 32 mil pessoas em acidentes. O número oficial só contabiliza as mortes nas vias, isto é, nao há registro do que ocorre com as vítimas que vao para os hospitais.
Segundo o engenheiro do Departamento Estadual de Trânsito de Sao Paulo, Jurij Solski, o número real de mortes por ano pode ser duas vezes pior, chegando a 50 mil ou 60 mil. "É um Vietna por ano." Ele afirma que 280 mil pessoas perderam a vida em acidentes rodoviários no Brasil nos últimos 10 anos.
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