Política Titulo Mais 4 anos
Orlando Morando é reeleito no primeiro turno em São Bernardo
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/11/2020 | 01:56
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O prefeito Orlando Morando (PSDB) foi reeleito em São Bernardo. Depois de todo o suspense e demora em razão dos atrasos na apuração, o atual chefe do Executivo obteve 261.761 votos, o que representou 67,28% dos válidos. Foi a segunda maior votação da história da cidade, mas ele não superou seu mentor na política – e hoje desafeto. Em 2004, William Dib foi reeleito em São Bernardo com 295.487 adesões.

O tucano seguirá no comando do município junto do vice Marcelo Lima (PSD). O resultado foi o troco do prefeito sobre o principal rival, Luiz Marinho (PT), que havia levado a melhor no segundo turno de 2008. O petista ficou em segundo lugar desta vez, com 90.803 votos. Já o vereador Rafael Demarchi (PSL), que concorria ao Paço pela primeira vez, ficou em terceiro, com 19.859 (5,1%).

“São Bernardo escolheu seguir no caminho certo. Muito obrigado por cada um dos 261.761 votos. Agradeço de coração a todos vocês. Não tem satisfação maior do que ver o carinho e o apoio das pessoas. Mais do que entregar obras, a gente trabalha para garantir uma vida melhor a você e sua família”, publicou Morando nas redes sociais – por causa da demora na contabilização dos votos e da divulgação dos números, o prefeito cancelou a entrevista coletiva e também acabou adiando para hoje a live para comentar os resultados.

Tão logo as primeiras urnas foram apuradas, às 17h40, Morando já apresentava grande superioridade na preferência do eleitorado. A parcial inicial mostrava o tucano com 70% dos votos, contra 14% de Marinho, 7% de Demarchi, 4% do doutor Leandro Altrão (PSB) e 3% de Lourdes da Chapa Coletiva (Psol). Já era um indício do que estava por vir. Entretanto, a demora na apuração proporcionou momentos de expectativa, que só foi aliviada quando os resultados voltaram a ser atualizados, pouco depois das 22h.

Morando confirma o legado de reeleição de prefeitos em São Bernardo. Desde que o instrumento eleitoral foi adotado, em 1997, nenhum chefe do Executivo deixou de ser reconduzido ao cargo máximo da política local – Maurício Soares, Dib e Marinho já haviam confirmado êxito nessas condições.

Para buscar a reeleição, Morando buscou apoio de antigos desafetos. O principal deles, o deputado federal Alex Manente (Cidadania). Os dois foram rivais por duas décadas. Em 2016, houve o ápice da rivalidade, quando Morando e Alex foram ao segundo turno daquela eleição, e o tucano venceu o parlamentar federal. Outro adversário ferrenho que foi atraído ao núcleo governista foi o vereador Julinho Fuzari (DEM), que chegou a ensaiar candidatura própria, mas declinou.

Uma situação que chamou a atenção no pleito são-bernardense foi o número de abstenções: 165.087, o equivalente a 26,62% do eleitorado. Foram ainda 24.563 votos em branco (5,40%) e 37.579 nulos (8,26%).

Tucano previa êxito na etapa inicial; rivais contestavam
Morando citou gestão como seu diferencial; Marinho viu resgate do petismo e Demarchi, sentimento de 2º turno

Candidato à reeleição, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), votou na EE Dr. Mathias Octávio Rôxo, no bairro Batistini, com confiança de que a corrida eleitoral na cidade acabaria ontem.

“Acima de tudo muito confiante (em ser reeleito), pelo governo que realizamos, pela cidade que entregamos, que é inegavelmente muito melhor do que a que encontrei”, afirmou Morando. “Se nortear pelas últimas pesquisas, sim (acredita que pode ser reeleito ainda no primeiro turno). Porém, sempre respeito a vontade das urnas, a vontade da população. Tenho certeza que as pessoas vão lembrar do prefeito que ajudou a reconstruir São Bernardo e não vão esquecer do prefeito que deixou a cidade abandonada”, disse, em referência ao antecessor e concorrente ao pleito, Luiz Marinho (PT).

Morando votou ao lado da mulher, a deputada estadual Carla Morando (PSDB), do vice, Marcelo Lima (PSD), e dos filhos Orlandinho e Antonella. Do lado de fora, apoiadores se esforçavam para evitar aglomeração para não disseminar o novo coronavírus.

Ex-prefeito, Marinho avalia que o partido, depois de acachapante derrota nas urnas em 2016, sairá fortalecido no pleito deste ano. Também presidente do PT no Estado, ele estava crente em vitórias da legenda em São Bernardo, Diadema, Mauá e até mesmo em Santo André, a despeito do cenário trazido em pesquisas eleitorais não apresentar essa possibilidade.

“É certeza que o PT saíra fortalecido desta eleição. Nossos deputados circularam pelo Estado e viram isso. Vamos aumentar o número de cidades que governarmos, assim como o número de vereadores. A expectativa no Grande ABC também é essa. Não temos nenhuma Prefeitura na região e nossa expectativa é governar três cidades. As mais prováveis são Diadema, São Bernardo e Mauá, mas não abrimos mão de Santo André ainda. O nosso desafio é provocar segundo turno”, discorreu.

Rafael Demarchi (PSL), depois de votar na EE Adail Luiz Miller, no bairro Demarchi, apostava em ida ao segundo turno. “A campanha foi incrível, de muita gente espontânea nos apoiando, multiplicando nosso número. A cidade nos abraçou, o que mostra que quer via alternativa a PT e PSDB, a essa polarização. Tenho certeza que as urnas vão mostrar algo diferente, que a cidade não esperava e as pesquisas não mostraram.”




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