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Rebeldes tentam dar golpe de Estado nas Ilhas Salomao
Do Diário do Grande ABC
05/06/2000 | 16:33
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Rebeldes armados tomaram nesta segunda-feira como refém o primeiro-ministro das Ilhas Salomao, no Pacífico Sul, e pediram a demissao dele, durante uma tentativa de golpe de Estado, ao que parece, inspirada no das vizinhas ilhas Fiji.

A rebeliao foi comandada pelos Aguias de Malaita, milícia dirigida pelo advogado Andrew Nori, que conseguiu o controle das instalaçoes estratégicas o país.

Todas as comunicaçoes telefônicas com o arquipélago foram suspensas, assim como os vôos destinados às Ilhas Salomao.

Os rebeldes impuseram o toque de recolher em Honiara, capital, mas a calma imperava nas Ilhas.

Segundo um diplomata, o primeiro-ministro, Bartholomew Ulufa'alu, está sendo mantido como refém pelos milicianos depois de ter sido capturado por seis homens armados dirigidos por Nori.

Em seguida ao ataque ao escritório do chefe de Governo, o líder dos Aguias declarou à radio local que sua açao tinha como objetivo reforçar a confiança da populaçao no governo e impedir uma desintegraçao das Ilhas Salomao.

A situaçao no arquipélago deteriorou-se nesta segunda-feira quando os combatentes para a Liberdade de Isatabu, milícia étnica rival dos Aguias de Malaitia, atacou uma mina de ouro, propriedade da Austrália, e seqüestrou 40 civis do país que, no momento nao correm perigo, segundo fontes diplomáticas em Honiara.

Desde o começo de 1999, essas duas milícias estao envolvidas numa verdadeira guerra de guerrilha pela ilha de Guadalcanal, onde fica a capital Honiara. Os combatentes pela Liberdade de Isatabu, nome original da ilha de Guadalcanal, querem expulsar os proprietários das plantaçoes, originários da vizinha ilha de Malaita.

Esta tentativa golpista se produz depois de vários meses de tensao e confrontos entre as duas milícias étnicas que deixaram pelo menos 50 mortos, obrigando 20 mil pessoas a fugir de um país de 300 mil habitantes.

Os dois grupos chegaram a negociar, mas o diálogo foi rompido semana passada.

Três membros do Parlamento europeu, dois britânicos e um alemao, assim como dois diplomatas africanos (entre eles o secretário geral adjunto da Comunidade Britânica, Ade Adesfuye) estao nas Ilhas Salomao, participando dessas negociaçoes.

Em 1898, Gra-Bretanha e Alemanha dividiam este arquipélago; depois da Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes concedeu a parte alema à Austrália, em 1921. Em 1978 este país obteve a independência e se manteve na Commonwelth.




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