Cerca de 74% das casas têm acesso à rede no município;
média nacional é apenas 33% e no Estado é de 48,22%
São Caetano é a cidade brasileira com maior inclusão digital. No município, 74,07% dos moradores têm acesso à internet em casa. Percentual bem superior à média nacional, que está em 33%, e que a do Estado de São Paulo, com 48,22%. É o que revela estudo divulgado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e pela Fundação Telefônica. "São Caetano é a segunda cidade em renda no País, com 42,5% da população nas classes A e B. Isso contribui para essa boa colocação também em acesso à internet, já que há grande oferta das operadoras para cidades com esse perfil", explica o professor Marcelo Cortes Neri, coordenador da pesquisa.
Ele lembra, porém, que esse não é o único fator que levou a cidade a conquistar a liderança. Até porque Niterói, primeiro município em renda no País, aparece em quinto lugar quando o assunto é acesso à internet. Para Neri, fatores como Educação, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e infraestrutura contribuem para o ranking.
Para o professor, no entanto, a colocação sãocaetanense já era esperada. "Não é surpresa em relação a outras pesquisas, em que o município já tem boa colocação (IDH, renda e saneamento básico, por exemplo)", diz.
NO MUNDO - Em relação ao ranking mundial, a menor cidade do Grande ABC, com apenas 15,3 quilômetros quadrados, também apresenta posição de destaque. Se comparada com os demais países, aparece na 29ª posição, à frente do Japão (31ª), que é referência nesta área.
Os demais municípios da região também estão bem colocados na listagem nacional. Santo André, por exemplo, está em 7º lugar, São Bernardo, em 16º, Ribeirão Pires (65º), Diadema (72º), Mauá (214º) e Rio Grande da Serra, a lanterninha regional, em 355ª posição. "O Grande ABC é uma região composta, de modo geral, por população com renda alta, com bom acesso à Educação e infraestrutura. Com isso, a comunicação se destaca", avalia o professor.
Neri explica que o resultado nacional é bem parecido com a média mundial. No entanto, o professor considera que é necessário inserir o País em política de inclusão, que passa, necessariamente, pela Educação. "Não basta apenas dar acesso à compra do computador e à internet. É preciso educar as pessoas para que elas utilizem os recursos", diz.
Custo não é impeditivo para conexão à internet, diz estudo
A pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas) revela que, para a maioria dos brasileiros, não é a falta de dinheiro que limita seu acesso à internet. O levantamento aponta que o principal fator que leva as pessoas a não usarem a rede mundial de computadores é a falta de interesse, com 33% das respostas, o que pode estar ligado à Educação, como destaca o professor Marcelo Cortes Neri, coordenador da pesquisa.
Em seguida, vem a capacidade de usar o equipamento, com 31% das respostas. E só depois está a falta de computador, com 29%. "Para 64% das pessoas que não usam a rede, o principal motivo não é financeiro, mas educacional", diz o professor Neri.
Mas o estudo revela, no entanto, que apesar do valor do computador ou do acesso à internet não ser impeditivo, as classes sociais com salários maiores são as que mais usam a rede. Isso pode ocorrer porque as pessoas com renda menor não consideram o acesso à internet como alavanca para suas habilidades.
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