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Hillary Clinton é ovacionada por estudantes sauditas
Da AFP
16/02/2010 | 10:00
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Da AFP


A secretária de Estado americana Hillary Clinton escolheu nesta terça-feira, encontrar-se com estudantes da Arábia Saudita no colégio Dar Al-Hekma, formador da elite feminina que aspira a se impor na vida política e social do reino ultraconservador.

Hillary foi celebrada como "a mulher mais popular" do mundo, apesar de chegar com um pequeno atraso.

A multidão de jovens dedicou a ela uma grande ovação, em meio a gritos e assobios. Uma das organizadoras tomou do microfone para pedir às demais que não deixassem passar em branco a oportunidade histórica de manter um contato com "a mulher mais poderosa" do mundo.

Hillary Clinton falou longamente do Irã, em resposta à pergunta de uma aluna, afirmando, principalmente, que este país pretende que seu programa nuclear seja pacífico, mas que "nada prova isso".

A aluna perguntou por que os Estados Unidos, o único país que já utilizou a bomba atômica, adotava uma linha dura em relação ao Irã, enquanto Israel, por sua vez, já possuiria a arma nuclear.

Em vez de uma das enormes universidades de Estado, Hillary Clinton optou por um estabelecimento que deve fazê-la lembrar da universidade de Wellesley onde estudou.

As duas instituições têm, além disso, um acordo de cooperação, incluindo intercâmbio de estudantes e programas.

Dar Al-Hekma foi fundado há dez anos para responder a uma demanda crescente de jovens cosmopolitas que desejavam entrar no mundo do trabalho, declarou a vice-reitora, Saleha Abdin.

As diplomadas em universidades estatais sauditas não recebem formação suficiente para entrar no mercado e muitas delas tornam-se, no final, donas de casa.

"Queríamos responder a uma demanda do mercado" por uma carreira professional, assegurou, explicando que as "estudantes são imediatamente contratadas, se o desejarem".

Segundo Saleha Abdin, 60% das diplomadas de Dar Al-Hekma têm um emprego, o que ultrapassa de longe o percentual das mulheres saídas de universidades públicas.

Mil jovens estão matriculadas no colégio elitista da cidade portuária de Jeddah, no mar Vermelho, onde estudam administração, direito, marketing e educação. A escola possui, também, o primeiro programa saudita para a educação de crianças autistas.

Mas o que mais atrai as jovens deste estabelecimento, com anuidade escolar de cerca de US$ 15 mil por ano, é a formação em design gráfico.

Cerca de 60% das estudantes são sauditas e as outras são provenientes de famílias árabes residentes no reino.

Ao contrário de outras universidades, Dar Al-Hekma possui um curso à americana e suas alunas devem realizar trabalhos voluntários para a comunidade. São, também, estimuladas a participar de esportes, reservados tradicionalmente aos homens no reino.

Como parte do curso de religião islâmica, "ensinamos matérias como a história da mulher no Islã", disse Abdin.

Visita - A secretária de Estado mostrou-se satisfeita com os encontros mantidos com dirigentes sauditas, nos quais buscou apoio para a adoção de novas sanções contra o Irã.

Hillary também foi recebida, durante quatro horas, pelo rei Abdullah da Arábia Saudita.

 

 




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