Por que determinados automóveis tiveram vida curta no mercado enquanto outros já nasceram praticamente campeões de vendas? Há diferentes justificativas para explicar a vitória de uns e a derrota de outros mas todas, invariavelmente, estão relacionadas, direta ou indiretamente, com fatores como as tendências do mercado no início do projeto e a realidade desse mesmo mercado quando do lançamento do novo produto e a conseqüente falta de fôlego para superar os obstáculos financeiros provocados pelo vai-e-vem da economia.

Existem muitos exemplos de campeões de vendas no Brasil e no mundo. Quinta-feira passada, por exemplo, o Gol, da Volkswagen, subiu definitivamente no pódio ao atingir a marca inédita de 4 milhões de unidades produzidas no Brasil, levando assim o troféu de maior sucesso da indústria automobilística brasileira de todos os tempos. Em sua bagagem, ao longo dos 23 anos de existência, o modelo traz a posição de líder do mercado por 17 anos consecutivos, de veículo mais exportado da história do país e pioneiro no lançamento de inovações tecnológicas, como a injeção eletrônica de combustível, em 1989, e primeiro carro nacional bicombustível, em março último. A trajetória do Gol no Brasil está garantida por pelo menos mais 10 anos, garantiu o presidente da Volkswagen, Paul Fleming.

Ironicamente, no mesmo dia em que a unidade número 4 milhão do Gol, na cor prata, saia da linha de montagem da fábrica de São Bernardo, "morria" em Puebla, no México, outro campeão que fez história no Brasil e no mundo: após quase 70 anos de vida, o charmoso Fusca, símbolo de uma era, o "carro do povo", perdeu competitividade para continuar no mercado. No Brasil, o Fusca teve 3,1 milhões de unidades produzidas. No mundo foram vendidas 21 milhões de unidades.

O portfólio da montadora alemã, entretanto, continua forte em termos de vendas e o Golf é um bom exemplo. Popular em todo o mundo, o carro ultrapassou a marca de 22 milhões de unidades produzidas e tornou-se uma marca dentro da própria marca: é o único carro produzido no Brasil (em São José dos Pinhais, Paraná) e exportado para os Estados Unidos e Canadá. Desde 2000 mais de 110.000 já seguiram para estes mercados.

Na marca Chevrolet, a nova geração já superou volumes de vendas de respeitáveis nomes do passado, como Chevette e Opala. A linha Corsa fechou o mês passado com 2.091.710 unidades comercializadas. No mercado internacional, alguns campeões de vendas igualmente apresentam volumes significativos: a picape Silverado aparece com 9,5 milhões vendidas nos Estados Unidos, enquanto a linha Kadett/Astra soma 13,7 milhões de unidades no mundo.

Na Ford Brasil, o modelo até hoje imbatível continua sendo a linha Corcel, com 3,1 milhões de unidades. No mundo, o famoso Modelo T, cuja produção foi de 1908 a 1927, ultrapassou a marca de 15 milhões de unidades comercializadas.

Honda e Toyota também têm seus vitoriosos. Baseado em um novo conceito, que desafiou os padrões da indústria automobilística quando foi lançado em julho de 1972, o Civic transformou-se em modelo-chave da Honda e atualmente, na sétima geração, é comercializado em cerca de 160 países, em todos os continentes e é o veículo mais vendido da marca mundialmente. No total, mais de 15 milhões já foram vendidos.

Já a Toyota do Brasil registrou no primeiro semestre deste ano um crescimento de 444% nas vendas do novo Corolla, em comparação a igual período do ano passado. Foram comercializadas 15.161 unidades de janeiro a junho. No ranking dos mais vendidos no Brasil, o novo Corolla ficou em 8º lugar, lembrando que as 6 primeiras colocações pertencem a veículos classificados na categoria de populares. No mundo, a linha Corolla vendeu, até o final do ano passado, 30 milhões de unidades.