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Arafat inicia reforma de serviços de segurança
Das Agências
03/07/2002 | 14:00
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O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, decidiu destituir vários colaboradores próximos e poderosos dos serviços locais de segurança como parte das reformas que prometeu fazer no seio da Autoridade Palestina, pressionada por Estados Unidos e Israel.

"O presidente Arafat adotou medidas concretas e reais. Ele é consciente da amplitude das pressões externas, locais e regionais que enfrenta", considerou um responsável local que pediu para não ser identificado.

As destituições de chefes da polícia, o general Ghazi Jabali, o líder da Segurança preventiva na Cisjordânia, Jibril Rajub, e o diretor da Defesa civil, o general Mahmud Abu Marzuk, não foram oficialmente anunciadas, mas foram confirmadas pelo ministro de Obras Públicas, Azzam al-Ahmad, e outros responsáveis que também pediram anonimato.

"Finalmente, o presidente Arafat respondeu ao pedido do ministro do Interior (o general Abdelrazak al-Yahiya) de por fim às funções destes responsáveis", indicou um responsável. "Posso confirmar a destituição de Jabali e de Abu Marzuk", acrescentou.

Arafat já realizou em junho diversas mudanças dentro do gabinete palestino. Pela primeira vez, formou o ministério do Interior, nomeando Yahiya, de 73 anos, um militar próximo ao presidente e ex-negociador com Israel.

Por sua vez, o coronel Jibril Rajub, considerado um homem poderoso na Cisjordânia, afirmou que não estava sabendo da decisão de substitui-lo.

"Há uma oferta para nomear-me governador de Jenin (norte da Cisjordânia), mas não é o momento de conversar sobre estas mudanças, agora que o povo palestino é massacrado pela ocupação israelense", acrescentou.

Estas mudanças na cúpula dos serviços de segurança são medidas sem precedentes desde o estabelecimento da Autoridade Palestina em 1994 já que Arafat parece decidido a anular politicamente altos responsáveis que são colaboradores e amigos.

Os serviços de segurança foram criticados durante muito tempo pelo Conselho legislativo (Parlamento) e organizações de Defesa dos Direitos Humanos.

"Não esperávamos que o presidente (Arafat) tomasse uma decisão tão importante", afirmou um responsável da segurança. "Isto mostra a amplitude desta crise e da pressão que Arafat está sofrendo", considerou.

"Está claro também que o ministro do Interior quer mudanças reais", acrescentou este responsável considerando que "se quiser mudar os serviços de segurança, tem que haver mudanças em suas altas esferas".

Para Hatem Abdelqader, deputado de Jerusalém no Conselho legislativo palestino, estas mudanças "são um passo adiante mas não são suficientes". "Precisamos de uma mudança de estilo. As funções dos responsáveis devem ser claras e definidas por lei", destacou.

Segundo responsáveis palestinos, o governo americano teria proposto, por meio da Grã-Bretanha, criar um posto de primeiro-ministro sugerindo ao mesmo tempo que "Arafat continue sendo presidente mas só simbolicamente".




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