Na semana passada, a ANS multou o Saúde ABC em R$ 500 mil, por esse mesmo motivo. Como o grupo não voltou atrás do reajuste aplicado, a ANS deve tomar nova medida punitiva. Segundo a diretora da agência, a operadora poderia aplicar o índice do IGP-M (Índice Geral de Preço de Mercado) de 2003, de 7,04%. “A cobrança retroativa à Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) do STF (Supremo Tribunal Federal) não pode acontecer.”
Nesta segunda, durante as duas reuniões conciliatórias realizadas no Procon de Santo André, a operadora manteve o índice de reajuste de 40%. A proposta do grupo foi de parcelar o aumento – 20% aplicados neste mês e os outros 20% em janeiro de 2005. Para o assistente de direção do Procon, Charles Moura Alves, a proposta da empresa é um avanço, mas está longe de ser o ideal.
Segundo a operadora, os clientes que pagarem o aumento parcelado receberão um desconto de 20% no ato da migração dos contratos antigos para os novos. As operadoras têm até o fim deste mês para apresentar aos usuários as propostas de migração, que não é obrigatória.
“Estão achando que a gente não pensa. Vão aumentar agora, em janeiro e depois em junho do ano que vem terá o aumento anual”, disse Silvana Aparecida Franco Duarte, 42 anos, que acompanhava o pai João Silva Franco, 77, na reunião conciliatória ocorrida no Procon de Santo André nesta segunda. Franco tem problemas cardíacos e disse que não tem como entrar em outro plano e aguardar carência.
Assistência – A partir desta terça, o Procon da cidade oferece assistência jurídica gratuita aos consumidores que decidirem mover ação judicial contra o Grupo Saúde ABC. Na reunião entre Procon e a empresa, estiveram presentes cerca de 150 clientes. A maioria deles com mais de 60 anos. Boa parte dos clientes demonstrou interesse em mover ação contra a operadora. “Ganho um salário mínimo (R$ 260). Se pagar R$ 107 de convênio, o que faço com as outras contas?”, perguntou Clorinda Costa, 54 anos.
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