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Prefeituráveis comentam pesquisa Diário/Ibope

Líderes nos levantamentos evitam clima de euforia; oposição vê tempo para virada a 9 dias da eleição

Raphael Rocha
Fábio Martins
Júnior Carvalho
Daniel Tossato
06/11/2020 | 00:15
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Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil


Os primeiros colocados na pesquisa Diário/Ibope, realizada nas sete cidades e divulgada ontem, fizeram suas análises sobre os números. Líderes dos levantamentos evitaram o clima de oba-oba, embora tenham atrelado os dados ao trabalho (no caso dos candidatos à reeleição) e ao desejo de mudança (entre os que buscam desbancar a atual administração).

A rodada mostrou a possibilidade de existência de segundo turno em somente duas cidades – Diadema e Mauá. Nesses municípios, os líderes são o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) e o prefeito Atila Jacomussi (PSB), respectivamente. O segundo posto, entretanto, está completamente indefinido. O petista pregou cautela. O socialista vê reconciliação com eleitor mauaense.

Os chefes de Executivo de Santo André, Paulo Serra (PSDB), e de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), que veem chance de serem reeleitos no primeiro turno, vincularam os dados à atuação à frente das respectivas cidades. Entretanto, fugiram do clima de já ganhou. 

Paulo Serra prega cautela; Bruno mira crescimento na reta final

 Apontado com vantagem na liderança da pesquisa Diário/Ibope, o prefeito de Santo André e candidato à reeleição, Paulo Serra (PSDB), alegou que o resultado concretiza no momento o reconhecimento do mandato, mas prega cautela até a data do pleito. “Vamos continuar trabalhando e conversando com a cidade para que isso se materialize efetivamente no dia 15. O processo eleitoral não se vence na véspera nem com pesquisa, se vence com trabalho.” O tucano aparece com 57% de intenções de voto no cenário estimulado do estudo. 

 Segundo colocado, Bruno Daniel (Psol) destacou a baixa rejeição indicada na pesquisa, de 10%, além da chance de crescimento na reta final, baseada no cenário espontâneo de brancos, nulos e indecisos. “Essa soma atinge 45%, o que representa que parte importante (do eleitorado) não tem voto consolidado. A aceitação está grande nas ruas e existe desconhecimento do meu nome a parcela da população. Nos últimos dias haverá maior exposição, o que tende a favorecer à candidatura. Estaremos no segundo turno.”

 Bruno surge com 11% das menções, enquanto que a vereadora Professora Bete Siraque (PT) tem 6%. Ailton Lima (PSB) alcançou 2%. João Avamileno (SD), Sargento Lobo (Patriota) e Dennis Ferrão (PRTB) atingiram 1%.

 Bete preferiu não comentar o levantamento. “Tenho dúvidas (quanto ao cenário).”

Para Morando, números retratam governo; Marinho aposta na virada

Líder na pesquisa Diário/Ibope, o prefeito de São Bernardo e candidato à reeleição, Orlando Morando (PSDB), classificou os números como resultado de aprovação de sua gestão.

 “Estamos na direção correta. Ao longo destes últimos quatro anos, conseguimos realizar uma transformação, entregando todas as obras que estavam abandonadas, resgatando a credibilidade da cidade e projetando um futuro próspero. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas este resultado mostra a aprovação do nosso governo”, disse o tucano. Pelo levantamento, Morando tem 48% das intenções de voto – no quesito voto válido, ele chega a 60%, percentual que encerraria a disputa no primeiro turno.

 Ex-prefeito e prefeiturável do PT, Luiz Marinho vislumbra que há tendência de queda da candidatura de Morando e crescimento de seu projeto“em direção ao que os especialistas chamam de X”. “Vamos passar e chegar em primeiro lugar no primeiro turno e decidir a eleição no segundo turno.” Marinho atingiu 24% das intenções de voto estimulado.

 Terceiro colocado, o vereador Rafael Demarchi (PSL) se apegou a eleições passadas para manter o sentimento de virada. “O Ibope, em 2018, neste momento não havia medido a vitória do presidente Jair Bolsonaro. O jogo está aberto. É difícil encontrar eleitor que defende o Orlando.”

Auricchio diz que não há nada ganho; Palacio vê clima favorável nas ruas 

O cenário de favoritismo trazido pela pesquisa Diário/Ibope foi recebido pelo prefeito de São Caetano e candidato à reeleição, José Auricchio Júnior (PSDB), como algo “estimulante”, mas ele faz alerta: “Não há nada ganho”.

 “Há nove dias para fazer campanha, cedo e à noite. Há ambiente favorável. Isso é legal. (A campanha é) Cansativa, mas gostosa de ser feita. Estimula mais ainda para continuar o trabalho”, discorreu Auricchio, que atingiu 44% das intenções de voto estimulado. “Ambiente é favorável. Há indicativo de boa avaliação de governo, a rejeição considero parâmetro normal para quem está no terceiro mandato.”

 O ex-vereador Fabio Palacio (PSD), citado por 17% dos entrevistados, declarou “respeitar as pesquisas”, entretanto, comentou que o “sentimento da rua difere dos números”. “Vamos conversar com indecisos, aqueles que querem votar nulo ou mesmo que apontam votar no atual prefeito. Muitos demonstram insegurança quanto ao indeferimento e que vão preferir não jogar o voto fora.”

 Thiago Tortorello (PRTB) avaliou que o fato de a população citar taxas e impostos e corrupção como principais problemas mostra chance de virada. “A única coisa que se pode afirmar sobre esta eleição é que será decidida dia 15, ou depois disso, pois relembro aos eleitores que há candidato que esta até o presente momento com seu nome indeferido.”

Líder em Diadema, Filippi evita salto alto; adversários creem em 2º turno

À frente na pesquisa Diário/Ibope sobre a corrida pela Prefeitura de Diadema, com 38% das intenções de voto, o prefeiturável do PT, José de Filippi Júnior, adotou cautela. Por outro lado, mostraram otimismo Pretinho do Água Santa (DEM); Taka Yamauchi (PSD), que têm 9%; Ricardo Yoshio (PSDB), 8%; Ronaldo Lacerda (PDT), 6%; e Marcos Michels (PSB), 5%. 

 “A pesquisa nos anima, claro. Por outro lado, não recebi voto nenhum. É no dia 15, na urna, que o eleitor vai decidir em quem votar”, disse Filippi. “Estamos convictos que estaremos no segundo turno. Cada vez mais estamos vendo nas ruas como nossa campanha vem crescendo”, frisou Pretinho. 

 “Estarmos empatados com o candidato que tem a máquina administrativa a seu favor demonstra toda a nossa força e revela que estamos em ascensão meteórica”, avaliou Taka. “Está aberto (a outra vaga no) segundo turno. Vamos para a ruas nesses dias que faltam”, comentou Yoshio. “A pequena diferença entre o Ronaldo e os demais era prevista, uma vez que algumas dificuldades operacionais tiveram reflexo em nossa presença nas ruas”, informou a coordenação da campanha de Lacerda. 

 “Tem tudo para estarmos no segundo turno. Se o eleitor está optando pelo Filippi porque tem receio de o Pretinho ir para o segundo turno, está se precipitando. Ele não vai”, analisou Marcos. 

Em Mauá, Atila fala em superação; rivais visam virar o jogo na fase final

Prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Atila Jacomussi (PSB) classificou como “superação” e “reconciliação” com o povo os números da pesquisa Diário/Ibope divulgados ontem. A sondagem mostra o socialista na liderança, com 30%. Em segundo, Marcelo Oliveira (PT) tem 13%; João Veríssimo (PSD) chega a 11%; Donisete Braga (PDT) e Zé Lourencini (PSDB) atingem 6%. 

 “Recebemos a notícia da pesquisa com humildade, tranquilidade e com a certeza de que estamos no caminho certo”, frisou Atila. “A pesquisa mostra que eu sou o único que derrota Atila no segundo turno, até porque a cidade não sente saudades de um ex-secretário da Alaíde Damo (MDB) que se diz novo”, cutucou Marcelo. “A gente começa a entender que o que nós plantamos há um ano, nos colocando como candidato, começa a florescer no coração do povo mauaense, que é o desejo da mudança. Só eu consigo tirar o Atila e o PT de Mauá”, disparou Veríssimo.

 Donisete crê ser possível a arrancada na reta final. “Tenho debatido um tema sensível, que é a taxa do lixo, que vamos acabar. Assim como a taxa de água, que o Atila quer cobrar. São temas que sensibilizam.” “Recebemos a pesquisa com tranquilidade, temos plena convicção que estaremos no segundo turno, pois as projeções mostram nosso crescimento na medida em que as pessoas conhecem nossas propostas”, projetou Lourencini.

Isolado na liderança, Volpi volta a criticar gestão Kiko

Na ponta na pesquisa do Diário/Ibope, com 43% das intenções de voto estimulado, e com possibilidade de retornar ao Paço, o ex-prefeito Clóvis Volpi (PL) aproveitou o resultado para criticar o número de secretarias mantidas pela atual gestão, do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB), que mantém 21 pastas. No segundo lugar, com 25%, o chefe do Executivo decidiu não se pronunciar, enquanto Marisa da Casas Próprias (SD) disse que ainda há tempo para virada.

“As pessoas entenderam que a cidade não pode ter 21 secretarias, apenas 12, que há um número exorbitante de cargos comissionados. A economia nessas áreas fará com que eu termine o Hospital Municipal iniciado em 2010”, declarou Volpi.

Em terceiro lugar na pesquisa, com 8% das citações estimuladas, Marisa da Casas Próprias afirmou que a recepção de sua campanha é boa e se diz focada. “Recebi muito bem os números da pesquisa. Até o dia 15, claro, penso na virada. As urnas vão responder bem, eu aguardo o dia 15 para e avaliar melhor o meu trabalho”, declarou a candidata que debuta na disputa política.

Procurado pelo Diário, Kiko decidiu não se manifestar a respeito dos números apontados na pesquisa. O levantamento ainda mostrou Felipe Magalhães (PT) com 5% e Carlos Sacomani, o Banana (PSL), com 2%.

Claudinho foge do oba-oba; Marilza cita motivação e Akira fica dividido 

Na liderança da pesquisa Diário/Ibope de Rio Grande da Serra com 39% das intenções de voto válido, Claudinho da Geladeira (Podemos) pregou cautela até o dia da eleição. Candidata governista, a vice-prefeita Professora Marilza (PSD), 22%, mesmo afirmando respeitar os números, disse que os dados não refletem o sentimento nas ruas. Já para o vereador Akira Auriani (PSB), 21%, que aparece na terceira posição, o sentimento é “agridoce”. 

 “Vamos continuar a campanha, que só termina no dia 15. Só vou acreditar na pesquisa depois dos votos apurados. Mas o que fica é isso, o índice aponta que o eleitor quer mudança”, declarou Claudinho. 

 Marilza declarou que é possível extrair motivação com os dados. “Respeito a pesquisa e os números apresentados, mas o sentimento não parece ser esse. A aceitação nas ruas é a melhor. Mas a pesquisa também nos dá motivação para seguir em frente”, declarou a postulante.

 Akira disse que recebeu os números da pesquisa com misto de “alegria e frustração”, já que, conforme o candidato, conseguiu bater os 20%, índice que a coordenação de campanha planejou. “Não esperávamos que ele (Claudinho) estaria isolado na liderança. Mas, por outro lado, fico feliz por ter passado dos 20%, o que estimamos. No fim, fica um sentimento agridoce”, citou. 




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